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Douglas DC-8-10 / DC-8-20 / DC-8-30 / DC-8-40 / DC-8-50
O primeiro jato comercial do mundo foi o de Havilland Comet, lançado em 1947. Porém uma série de acidentes com essa aeronave levantou desconfianças com relação a segurança dessa nova tecnologia. Posteriormente foi descoberto que os problemas não tinham nada haver com os motores e sim com a estrutura de metal da aeronave. Mas mesmo com o lançamento do Comet, a Douglas não tinha pressa em construir o seu primeiro jato. Para ela o mercado ia passar bem lentamente dos motores a pistão para turboélice e depois para os jatos, o que daria tempo suficiente para que fossem lançadas novas versões do DC-7. Os motores turboélices eram outra inovação que estava surgindo naquele momento. Em comparação com os motores a pistão, os turboélices podem produzir maior potência, velocidade de cruzeiro e altitude de cruzeiro, além de serem mais econômicos, confiáveis e mais simples de realizar manutenção. Nesse sentido fabricantes como Douglas, Lockheed e Convair estavam estudando motores turboélices para equipar aviões a pistão, como o DC-7, Super Constellation e o Convair 440 por exemplo. Na direção oposta a Boeing se arriscou desenvolvendo o seu primeiro jato comercial com a experiência adquirida nos aviões militares para a Segunda Guerra Mundial.
Em julho de 1954 voou pela primeira vez o Dash 80 (o protótipo para o jato comercial de grande porte fabricado pela Boeing, até então uma fabricante pouco conhecida. A Douglas, maior fabricante do mundo, não podia deixar por menos e respondeu lançando o seu primeiro jato: o DC-8. Porém o DC-8 estava na desvantagem, uma vez que foi lançado cerca de três anos depois do . O DC-8 foi oficialmente anunciado em julho de 1955 e a Douglas fez enormes esforços para garantir que a diferença entre a entrada em serviço do B707 e DC-8 fosse reduzida ao mínimo. Três meses depois o lançamento veio a primeira encomenda para um jato comercial: 20 Pan Am. Enquanto o protótipo da Boeing Pan Am havia encomendado mais unidades do modelo da Douglas. Além da Douglas ter prestigio e o peso de ser a maior fabricante de aeronaves comerciais na época, a Pan Am ficou particularmente entusiasmada com o fato do DC-8 ser mais largo do que o Boeing, podendo acomodar até seis assentos por fileira (3+3) contra até cinco (2+3). Ainda em 1955 o DC-8 acumulou mais 81 unidades encomendadas da United, National, KLM, Eastern, JAL e SAS. No mesmo período o
Visualmente o Douglas DC-8 é semelhante ao
aeronaves a utilizar titânio em sua estrutura, garantindo maior segurança. Diferentemente do Boeing, o DC-8 foi projetado desde o inicio para ter diferentes verões: uma para voos de curta e média distância, DC-8A (depois DC-8-10), e outra para voos de média e longa distância, DC-8B (depois DC-8-30). Com uma versão especifica para voos mais curtos, a Douglas estava mirando em voos transcontinentais, principalmente nos EUA e Europa. Rotas como essas não demandavam um alcance tão grande, dessa forma uma versão otimizada para esse tipo de operação teria tanques de combustível reduzidos, tornando a aeronave mais leve e com menor custo operacional. No mesmo sentido os motores podem ser menos potentes, ajudando a reduzir custos e economizar combustível.Em 1958 o primeiro protótipo já estava pronto para voar e iniciar os voos de teste. Nada menos que dez DC-8 foram utilizados nos testes, visando realizar a demorada tarefa de certificar mais de uma variante em um curto espaço de tempo. Em um dos testes o DC-8 se tornou o primeiro avião comercial a romper a barreira do som. No entanto, antes mesmo de entrar em operação, o Boeing virou o jogo. Em 1957, enquanto o DC-8 acumulava 133 encomendas, o Dash 80, o mesmo utilizado para o projeto do para a Força Aérea Americana. Isso ajudou a amortizar altíssimo investimento feito para desenvolver o
KC-135 (derivado doA primeira versão a entrar em operação foi o Douglas United se tornou a primeira companhia aérea a receber um DC-8, numa cerimônia em Long Beach, no dia 3 de junho de 1959. A companhia recebeu o oitavo DC-8 a sair da linha de produção, que foi usado para treinamento e familiarização da tripulação. Já a Delta recebeu seu primeiro DC-8 em 21 de julho do mesmo ano e se tornou a primeira companhia aérea a operar um serviço comercial com a aeronave, no dia 18 de setembro, entre Nova York e Atlanta. No entanto testes de voo indicaram que a aeronave não atendia às garantias de velocidade. Sendo assim a Douglas desenvolveu novas pontas para as asas, reduzindo o arrasto e aumentando a velocidade. A aeronave também incorporou ranhuras na borda de ataque para melhorar a performance em baixas velocidades, além do aumento do peso máximo de decolagem. A versão atualizada passou a ser conhecida como DC-8-12, enquanto a versão anterior foi denominada DC-8-11. A versão 12 foi certificada em julho de 1960, após um curto programa de testes. As duas únicas operadoras da versão (United e Delta) converteram todas as suas unidades da versão 11 para a versão 12. No total foram produzidas 28 unidades do DC-8-10, embora algumas unidades tenham sido convertidas para a versão DC-8-20 posteriormente.
Eastern, em janeiro de 1960, que iniciou operações na rota Nova York - Miami. No total foram produzidas 34 unidades do DC-10-20, embora algumas unidades do DC-8-10 tenham sido convertidas para a versão 20 posteriormente.
No dia 21 de fevereiro de 1959 voou pela primeira vez a versão intercontinental, Douglas DC-8-30, capaz de realizar voos de longa distância. Para isso a versão 30 tinha fuselagem e trem de pouso reforçados, motores mais potentes, maior capacidade de combustível e maior peso máximo de decolagem. A primeira entrega foi para a Pan Am, em fevereiro de 1960, que colocou o DC-8 para operar na rota Nova York - Bermudas, em março, e Nova York - Londres, em abril. KLM e SAS se tornaram as primeiras operadoras fora dos EUA, recebendo seus DC-8-30 em março de 1960. Nas duas empresas o DC-8 foi empregado na rota para Nova York. A versão DC-8-32 permitia maior peso máximo de decolagem. Já o DC-8-33 foi a versão mais popular, com motores aprimorados modificações nas asas, trem de pouso reforçado e maior peso máximo de decolagem. No total foram produzidos quatro DC-8-31, quarenta e dois DC-8-32 e onze DC-8-33. No entanto muitas unidades das versões 31 e 32 foram convertidas para a versão 33 e, posteriormente, algumas versões da Série 30 foram convertidas para a Série 50.
Um total de 89 unidades das versões de passageiros (51, 52 e 53) e 54 das versões cargueiras (54 e 55) foram produzidas, embora muitas unidades de versões anteriores tenham sido convertidas para a Série 50.
Comet, em 1953, como seu primeiro jato, mas acabou cancelando a encomenda depois dos acidentes com o modelo. Em 1958 o foi o escolhido DC-8-33 e os dois primeiros foram entregues em março de 1961, depois complementados por mais dois. Eles passaram a ser a principal aeronave da empresa para voos internacionais, mas um deles foi perdido num acidente no Rio de Janeiro. Em 1965, após o fim da Pan Am. Na
Boeing
|
||
Modelo: |
Construídos: | Acidentes: |
DC-8-10 |
2 | 2 |
DC-8-20 |
49 | 2 |
DC-8-30 |
52 | 10 |
DC-8-40 |
29 | 7 |
DC-8-50 |
162 | 28 |
TOTAL: |
294 | 49 |
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1
Peso da aeronave:
DC-8-10:
Peso máximo decolagem/pouso:
D 123/87
125/87
136
140
142/93
125
136
147
Pratt & Whitney JT3C-6
6) tonf
) tonf Pratt & Whitney JT4A-9 ou 10 ou 11 30 ) tonf Rolls-Royce Conway 509 31 ) tonf Pratt & Whitney JT3D-3B 3 ) tonf Capacidade de combustível:
D 66,4 88,5
Pista mínima para decolagem:
6.963 - 7.532
7.500 - 8.195 7.417 - 9.723 9.834 - 10.936 10.843 - 12.130
3
Companhias Lançadoras:
United e Delta
Comparar com outras
aeronaves
Em abril de 1965 a Douglas anunciou a nova geração do DC-8, conhecidos como "Super Sixties" (Super Sessenta) ou DC-8-60s. As novas versões tinham fuselagem mais comprida e incorporaram melhorias em relação aos DC-8 anteriores. Os DC-8-60s se tornaram os maiores jatos da época, até o lançamento do Boeing 747, podendo levar mais de 200 passageiros. Com capacidade de passageiros e alcance superior ao A nova geração do DC-8 incorporou melhorias vindas do DC-9, além de novos bagageiros, duas saídas extras, sistema de ar condicionado mais potente e portas de carga maiores. A Douglas desenvolveu três versões para a nova geração: o DC-8-61 para rotas de curta e média distância, trocando capacidade por alcance, com fuselagem mais longa, capaz de acomodar mais passageiros, porém menor alcance. Já o DC-8-62 tinha como foco o maior alcance (o maior dentre todas as versões), com maior envergadura, maior capacidade de combustível, refinamentos aerodinâmicos e fuselagem menos longa que a versão DC-8-61. A última versão combinou o tamanho maior da versão 61 com as melhorias da versão 62, além de motores mais potentes, para criar uma versão com maior capacidade de passageiros e longo alcance. Os "Super Sixties" foram lançados formalmente no dia 4 de abril de 1965 e as primeiras encomendas vieram da KLM, United e Eastern.
Em 14 de março de 1966 decolou pela primeira vez o DC-8-61, com a fuselagem 11 metros mais longa que as versões anteriores. A companhia lançadora foi a United, em fevereiro de 1967, que iniciou serviço entre Los Angeles e Honolulu. A versão também ganhou uma puramente cargueira, conhecida como DC-8-61F (Freight) ou DC-8-61AF (All Freight), e a conversível para passageiro ou carga, DC-8-61CF (Convertible Freighter).
Em 29 de agosto de 1966SAS, em maio de 1967, com voos entre Copenhague e Nova York. Assim como o DC-8-61, o DC-8-62 também ganhou as versões cargueira, DC-8-62F (ou 62AF), e conversível passageiro-carga, DC-8-62CF.
o DC-8-62 voou pela primeira vez. A versão 62 era menor que o DC-8-61, mas 2 metros mais longo que os DC-8 anteriores. A vantagem do DC-8-62 era o seu grande alcance, graça a maior capacidade de combustível e refinamentos aerodinâmicos. Na época em que foi lançado o DC-8-62 se tornou a aeronave comercial com o maior alcance no mercado. A companhia lançadora foi aEm 10 de abril de 1967 a última versão, DC-8-63, realizou o primeiro voo. A versão 63 tem o mesmo tamanho da versão 61, mas possuí maior alcance graças aos motores mais potentes e as melhorias introduzidas na versão 62. O DC-8-63 se tornou a versão mais popular dentre os DC-8-60s e foi lançado pela KLM, em julho de 1968, na rota Amsterdam - Nova York. O DC-8-63 também teve as versões cargueiras, DC-8-63F (ou 63AF), e conversível passageiro-carga, DC-8-63CF. A Douglas também ofereceu uma versão com piso reforçado e maior peso máximo de decolagem, conhecida como DC-8-63PF (Provisional Freighter).
O lançamento das novas versões do Douglas DC-8 deram um impulso nas vendas do modelo, reduzindo a diferença para o rival B707 e manteve a Douglas num lugar de destaque no cenário da aviação comercial. Os DC-8 deixaram de ser produzidos em 1972 com a entrada em serviço do sucessor DC-10.
Apesar de ter perdido o posto de maior fabricante de aviões comerciais do mundo para a Boeing, o DC-8 se mostrou um grande concorrente para oNo Brasil os Douglas DC-8-60 se tornaram populares nos anos 1990 e 2000 para o transporte de carga, devido a sua grande capacidade de carga e preço baixo no mercado. Com a desvalorização do Real em relação ao Dólar, em 1999, as empresas cargueiras brasileiras enfrentaram sérias dificuldades financeiras e maioria acabou falindo. Muitos DC-8s foram abandonados nos aeroportos brasileiros e viraram sucata.
Operadores no Brasil: Absa, Air Vias, Beta Cargo, Digex Cargo, SkyMaster, TNT Sava
Boeing
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Modelo: |
Construídos: | Acidentes: |
DC-8-61 |
88 | 7 |
DC-8-62 |
67 | 12 |
DC-8-63 |
107 | 15 |
TOTAL: |
262 | 34 |
DC-8-61e63 / DC-8-62
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1
Peso da aeronave:
DC-8-61: 68,9 toneladas
DC-8-62: 64,9 toneladas
DC-8-63: 72,0 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
DC-8-61: 147/108 toneladas
DC-8-62: 158/108 toneladas
DC-8-63: 161/117 toneladas Pratt & Whitney
Pratt & Whitney
34
) tonf Capacidade de combustível: 91,8 / 88,5 mil litros
Pista mínima para decolagem:
3 14 de março de 1966
DC-8-61:
United
DC-8-62:
SAS
DC-8-63:
KLM
Comparar com outras
aeronaves
A partir do final dos anos 1970 as autoridades do setor, como a FAA, começaram a exigir que aviões comerciais operassem com níveis de ruído mais baixos, especialmente em áreas urbanas. Os regulamentos passaram a exigir níveis de ruído compatíveis com a chamada “Stage 3” (nos EUA) e normas equivalentes na Europa. Isso significava que os DC-8 passaram a ficar fora do limite máximo de ruído, uma vez que seus motores eram barulhentos demais. Aeronaves não conformes eram banidas de operar em certos aeroportos ou as companhias aéreas eram obrigadas a pagar uma multa. Outra opção era instalar "hush kits", que eram silenciadores nos motores, mas esses equipamentos eram caros. Enquanto os United, se transformando no chamado DC-8-71, e realizou o primeiro voo no dia 15 de agosto de 1981. Os novos motores reduziram em até 23% o consumo de combustível e o ruído em cerca de 70% em relação a versão original, dentro dos limites exigidos pelo Stage 3. Dessa forma os DC-8-60s convertidos passaram a ser denominados DC-8-70s, onde o DC-8-61 virou DC-8-71, o DC-8-62 virou DC-8-72 e o DC-8-63 virou DC-8-73. A remotorização do DC-8 deu sobrevida para a aeronave, que pôde continuar em operação por mais tempo, principalmente no mercado cargueiro. A introdução dos novos motores CFM56 produziu outros benefícios operacionais como a redução da distância necessária para decolagem e aumento do alcance. A última conversão foi entregue em abril de 1986, um DC-8-72 para a NASA.
Super Sixties (DC-8-60s) tinham um maior número de operadores, especialmente no setor cargueiro. Os Super Sixties eram maiores e foram lançados após a última versão do Super Sixties. Uma nova empresa, Cammacorp, foi formada em 1977 como gestora do programa. Os motores selecionados foram os turbofans CFM56-2, que substituíram os Pratt & Whitney JT3D originais. O DC-8-61 precisou de uma reformulação considerável das bordas de ataque das asas para a instalação dos novos motores. Antes mesmo do voo inaugural do primeiro DC-8 convertido, o programa já contava com 85 pedidos firmes para conversões. O primeiro avião convertido foi um DC-8-61 daNo Brasil o DC-8-70s se tornou popular nos anos 1990 e 2000. Desde o inicio do plano Real, em 1994, com a estabilização da moeda local em relação ao dólar e da inflação, o mercado cargueiro brasileiro passou por um vertiginoso crescimento. A primeira companhia a operar o modelo no Brasil foi a Absa Cargo, que substituiu os seus
DC-8-70s como cargueiros. No entanto a desvalorização do Real em relação ao Dólar, em 1999, levou muitas companhias aéreas brasileiras a crescentes dificuldades financeiras e a encerrarem atividades. Uma exceção a regra foi aAbsa, ,
Tales de Lass Graciano
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Modelo: |
Convertidos: | Acidentes: |
DC-8-71 |
53 | 3 |
DC-8-72 |
14 | 0 |
DC-8-73 |
50 | 0 |
TOTAL: |
110 | 3 |
Origem: Estados Unidos
Peso da aeronave:
DC-8-71: 74,2 toneladas
DC-8-72: 69,4 toneladas
DC-8-73: 75,3 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
DC-8-71: 147/108 toneladas
DC-8-72: 158/108 toneladas
DC-8-73: 161/117 toneladas
) tonf Capacidade de combustível: 91,8 / 88,5 mil litros
15 de agosto de 1981
Comparar com outras
aeronaves