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O lendário Douglas DC-3, em 1936, foi um marco na aviação e se tornou um sucesso absoluto. Robusto, confiável e barato de operar, o DC-3 revolucionou o transporte aéreo comercial e sua eficiência era tão grande que o modelo reinou por décadas, sem uma pressão real por um substituto. Muitas fabricantes tentaram projetar um substituto, mas nenhum projeto conseguiu o mesmo sucesso do DC-3. Nem mesmo uma versão maior, batizada de " A Douglas passou então a focar no projeto de aeronaves maiores. Entretanto cedo ou tarde o DC-3 iria precisar ser substituído e se a fabricante não lançasse um substituto, outras aeronaves iriam ocupar o seu lugar. Com o surgimento da tecnologia turboélice, a Douglas começou a estudar uma versão do DC-3 equipada com motores turboélices. Mas tudo mudou quando a Boeing lançou o DC-8. O investimento pesado da Douglas no DC-8 foi importante para manter uma posição de destaque no setor de aviação comercial, mas também teve consequências financeiras para a fabricante. O alto investimento necessário para desenvolver um jato e as vendas mais lentas do DC-8 em relação ao DC-8 em rotas curtas e médias.
Antes mesmo do lançamento do DC-8. No entanto nenhuma dessas propostas estavam despertando o interesse das companhias aéreas. Sendo assim a fabricante se voltou para a Europa e iniciou uma parceria com a fabricante francesa Sud Aviation, em 1960, para vender e oferecer suporte para o jato nos EUA. O Sud Aviation a parceria significaria fácil acesso ao maior mercado do mundo, os EUA. A parceria com a Douglas eliminaria a preocupação das companhias americanas em adotar um modelo que não era um produto nacional, com suporte mais limitado no país. O Sud Aviation acabou não indo para frente.
rotas curtas e médias a partir doEm 1962, sem a parceria, a Douglas então seguiu para desenvolver o seu próprio jato de pequeno porte, batizado de Douglas DC-9. O projeto do DC-9 herdou vários conceitos fundamentais do jato francês
As asas livres de motores também permitem velocidades mais baixas de pouso e decolagem e trem de pouso mais baixo. A posição dos motores, no alto da cauda, oferece proteção contra detritos no solo que poderiam ser sugados pelos motores. As asas do DC-9 não tinham slats de bordo de ataque, mas incorporam ailerons e flaps mais longos, reduzindo ainda mais a velocidade de aproximação. Essas características tornam o DC-9 ideal para operar em aeroportos com pistas mais curtas e com pouca infraestrutura. Além disso o DC-9 era equipado com uma escada própria, que poderia ser usada para embarque e desembarque dos passageiros sem precisar de nenhuma infraestrutura local. Outra vantagem do DC-9 é a cabine de comando para apenas dois tripulantes, dispensando a posição de engenheiro de voo, necessária em outros jatos da época como Os motores escolhidos eram da mesma família que equipava oO lançamento oficial ocorreu em abril de 1963. No mês seguinte veio a primeira encomenda, quinze unidades para a Delta. As próximas a encomendarem o modelo foram Bonanza, Trans Canada, Swissair e O primeiro voo ocorreu em fevereiro de 1965 pela Delta. Logo que entrou em operação, a Douglas realizou algumas melhorias no peso e alcance, criando a subvariante DC-9-12, enquanto a versão anterior passou a ser conhecida como DC-9-11. No entanto a disponibilização de motores ligeiramente mais potentes, Em janeiro de 1966 foi lançada a última versão DC-9-15, com maior peso máximo de decolagem e alcance. Essa variante também incluiu versões conversíveis passageiro-carga: o DC-9-15RC (Rapid Change), com assentos que podiam ser removidos para converter rapidamente a aeronave em um cargueiro, e o DC-9-15MC (Mixed Cargo) com assentos que podiam ser dobrados e empurrados para um lado, permitindo o transporte de carga na parte frontal da aeronave e passageiros na traseira. Ambas as variantes eram equipadas com uma porta de carga na fuselagem.
O DC-9-10 teve um desempenho de vendas modesto se comparado ao seu irmão
maior DC-9-30. A capacidade limitada de passageiros rapidamente se
mostrou insuficiente para as necessidades de muitas companhias aéreas.
Embora a Douglas tenha definido uma capacidade de passageiros mais
próxima ao
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1
Peso da aeronave: 22,3 toneladas
Peso máximo pouso: 37 toneladas
Peso máximo decolagem:
DC-9-11: 37 toneladas
DC-9-14: 39-41 toneladas
DC-9-15: 41 toneladas Capacidade de combustível: 13,9 mil litros 903 km/h
Pista mínima para decolagem:
1,7 2.340 km 25 de fevereiro de 1965
Companhia Lançadora: Delta
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 137
Acidentes: 24
O DC-9-20 é uma versão do DC-9-10 otimizada pra operar em pistas curtas e condições climáticas mais extremas. Essa versão foi criada especificamente para atender a SAS, uma vez que o DC-9-10 não oferecia o desempenho necessário para algumas rotas e aeroportos operados pela companhia. A SAS operava em aeroportos frequentemente afetados por neve, gelo e ventos, além de pistas curtas. Em condições climáticas adversas, a SAS não podia usar os pesos máximos de decolagem e pouso do DC-9-10, para garantir que a aeronave seria capaz de decolar e pousar em pistas mais curtas. Isso significava que a companhia não poderia vender todos os assentos ou teria que levar menos carga, diminuindo a lucratividade do voo. O desenvolvimento de motores mais potentes permitiu que a Douglas lançasse uma versão maior do DC-9, o DC-9-30, com capacidade para pouco mais de 100 passageiros. No entanto a SAS estava interessada em uma versão com a mesma capacidade da versão 10, porém com melhor performance. Sendo assim a Douglas combinou as versões 10 e 30 para criar a versão 20. O DC-9-20 possuí a mesma fuselagem da versão 10 e as asas mais longas e os motores mais potentes da versão 30. O resultando foi um jato de alta performance em pistas curtas e condições climáticas ruins. Os motores mais potentes com a mesma capacidade de passageiros e carga traduziu-se na necessidade de menos pista para decolar e pousar, melhor razão de subida e maior margem de segurança. As asas maiores melhoraram a sustentação, especialmente em baixas velocidades. Outra vantagem da versão 20 é o seu maior alcance em comparação a versão 10.
O primeiro DC-9-20 foi entregue para SAS em
dezembro de 1968 e entrou em operação em janeiro de 1969. Apesar de
atender perfeitamente às necessidades da SAS, o DC-9-20
não oferecia vantagens claras para as outras companhias aéreas, que
preferiram encomendar a versão maior, DC-9-30, com menor custo por
passageiro. Jatos com menor capacidade de passageiros, como o DC-9-10/20
e
, tinham custos
operacionais difíceis de compensar em rotas de curta distância.
Aeronaves maiores, como o DC-9-30, rapidamente se tornaram as preferidas
das companhias aéreas, que podiam diluir os custos por mais passageiros,
gerando melhores margens. No total apenas 10 unidades do DC-9-20 foram
produzidas, todas para a
SAS.
Martin Steiner
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1
Peso da aeronave: 23,8 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 45/43 toneladas Capacidade de combustível: 13,9 mil litros
2
896 km/h
Pista mínima para decolagem:
1,6
km
Companhia Lançadora: SAS
Construídos: 10
Acidentes: 1
Desde o inicio o DC-9 foi projetado para acomodar futuras extensões à medida que motores mais potentes se tornassem disponíveis. A primeira versão alongada foi lançada logo depois do DC-9-10, batizada de DC-9-30. Em comparação com a versão original 10, a versão 30 possuí fuselagem mais longa, podendo acomodar pouco mais de cem passageiros, asas maiores e equipadas com slats, melhorando o desempenho na decolagem e pouso, e novos motores mais potentes. A maior capacidade de passageiros do DC-9-30 colocava a aeronave da Douglas mais próxima da capacidade do
O DC-9-30 entrou em operação pela Eastern, em fevereiro de 1967, e foi usado na ponte aérea Nova York - Washington. O DC-9-30 rapidamente se tornou o favorito das companhias aéreas, recebendo a maior parte das encomendas de todos os modelos da primeira geração do DC-9. Em 1969 a Douglas atingiu a marca de 500 DC-9 entregues e, em 1981, a marca de 1000 unidades. Durante toda a década de 1970 o DC-9 manteve um bom desempenho de vendas, na frente do DC-8 DC-8, com maior peso máximo de decolagem, enquanto a versão anterior passou a ser conhecida como DC-9-31. Essa foi a primeira subversão a ter variantes cargueiras: DC-9-32LWF (Light Weight Freight) para malas postais, DC-9-32CF (Convertible Freighter) conversível entre passageiros e carga e DC-9-32AF (All Freight) puramente cargueiro. As versões cargueiras possuem cabine modificada e piso reforçado, além de uma porta de carga. Em 1968 foi lançado o DC-9-33, equipado com motores mais potentes maior peso máximo de decolagem, e modificações nas asas, reduzindo o arrasto. Essa versão ganhou as versões DC-9-33RC (Rapid Change), conversão rápida para passageiros ou carga, DC-9-33CF (Convertible Freight), conversível entre passageiros e carga, e DC-9-33AF (All Freight), totalmente cargueiro. A última versão lançada foi o DC-9-34, em 1976, com maior peso máximo de decolagem e maior alcance. Essa versão também introduziu versões melhoradas dos motores JT8D. Para a subvariante 34 foi também produzida a versão DC-9-34CF (Convertible Freighter), conversível entre passageiros e carga.
Com o crescimento da demanda de passageiros e aumento da competição, as companhias queriam modelos com mais assentos e mais eficientes. A chegada de aeronaves maiores, como o MD-80. No inicio dos anos 1980 a produção do DC-9-30 foi encerrada para dar lugar ao seu sucessor MD-80.
McDonnell Douglas
|
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 25,7 toneladas
Peso máximo pouso: 44-50 toneladas
Peso máximo decolagem:
DC-9-31: 44-49 toneladas
DC-9-32: 50 toneladas
DC-9-33: 52 toneladas
DC-9-34: 55 toneladas Capacidade de combustível: 13,9 mil litros 2
2
2
917 km/h
Pista mínima para decolagem:
2,0
1 de agosto de 1966
3.030 km
Companhia Lançadora:
Eastern
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 661
Acidentes: 74
Mas uma vez atendendo ao pedido da SAS, a Douglas lançou uma versão alongada do DC-9-30, permitindo transportar mais passageiros. A fuselagem do O DC-9-40 é mais longa, permitindo mais fileiras de assentos e aumentando a capacidade para cerca de 120 passageiros. Fora a fuselagem mais comprida, o resto era praticamente igual ao DC-9-30, tais como asas, trem de pouso, cockpit e sistemas. Apesar de utilizar os mesmos motores JT8D das versões anteriores, o DC-9-40 era mais pesado e exigia mais empuxo dos motores para manter o desempenho. Em comparação com os principais concorrentes, o DC-9-40 tinha maior capacidade de passageiros que o
O primeiro DC-9-40 entrou em serviço comercial pela
SAS em março de 1968. Dessa vez outras companhias
além da
SAS também se interessaram pelo
modelo. Muitas companhias aéreas que
já operavam outras versões do DC-9 viram na versão 40 a possibilidade de
oferecer mais assentos em rotas de maior demanda, utilizando uma
aeronave que seus pilotos já tinham conhecimento e mantendo a
padronização da frota. Mesmo assim a versão 40 obteve menos vendas do
que a versão 30 e 10, apesar do grande esforço de marketing da Douglas.
Uma das razões mais significativas para as vendas modestas do DC-9-40
foi o lançamento relativamente rápido de uma versão ainda maior, o DC-9-50.
A versão 50 oferecia maior capacidade de passageiros e outras melhorias,
tornando-o mais atraente para companhias aéreas que buscavam maior
eficiência por assento. Enquanto isso o DC-9-40 oferecia um aumento de
capacidade pequeno em comparação ao DC-9-30 e não trazia nenhuma outra
melhoria ou inovação além de uma fuselagem mais longa.
Pierre Lacombe
|
Origem: Estados Unido
Peso máximo decolagem/pouso: 51/46 toneladas Capacidade de combustível: 13,9 mil litros
2
917 km/h
Pista mínima para decolagem:
2,1
3.120 km
Companhia Lançadora: SAS
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 71
Acidentes: 2
Com a demanda de passageiros crescendo e a disponibilidade de motores mais potentes, a Douglas lançou uma versão ainda maior do DC-9. O DC-9-50 foi a última versão da primeira geração do DC-9. Além de uma fuselagem mais longa que o DC-9-40, a versão 50 incorporou novos motores mais potentes e silenciosos, cabine com interior remodelado, dando a sensação de maior espaço para os passageiros, e alguns aprimoramentos como um novo sistema de frenagem antiderrapante. O DC-9-50 era capaz de oferecer maior capacidade de passageiros, sem comprometer muito o desempenho. Essa versão podia transportar mais passageiros que o
O primeiro DC-9-50 entrou em operação em agosto de 1975, pela Eastern. Muitas companhias que já operavam outras versões do DC-9 viram a versão 50 como um complemento natural e até mesmo como substituto de unidades mais antigas do DC-9 na frota, aumentando a oferta de assentos e melhorando as margens ao oferecer um custo por assento menor. No entanto, apesar de obter um desempenho de vendas melhor do que a versão 40, o DC-9-50 teve muito menos encomendas do que a versão mais popular, DC-9-30. Nesse altura o projeto básico do DC-9 começava a mostrar sinais de limitação de crescimento. As companhias já estavam preferindo esperar por jatos mais modernos, com motores mais eficientes, como a próxima geração do B737 durante toda a década de 1970, as vendas do DC-9 começaram a desacelerar no final da década, enquanto as do 737 se aceleraram, tornando a situação bem menos confortável para a Douglas.
Com a competição cada vez mais acirrada da Boeing, a
Douglas começou a estudar versões ainda maiores do DC-9. A primeira
solução seria uma subversão denominada DC-9-55, mas não atraiu o
interesse das companhias aéreas. Mais tarde a fabricante anunciou o
desenvolvimento do chamado DC-9 "Super
60", uma nova família do DC-9 com fuselagem mais longa, semelhante
ao que foi feito com os
McDonnell,
em abril de 1967. A combinação das duas empresas resultou na McDonnell
Douglas. Apesar da mudança do nome as aeronaves continuaram com a
nomenclatura "DC", que fazia referência a Douglas Commercial. O Douglas
DC-9 passou oficialmente a ser chamado de McDonnell Douglas DC-9 após a
fusão. A nova geração chegou a ser lançada oficialmente como
DC-9-80s e entrou em operação com essa
nomenclatura. Porém, em 1983, a família foi renomeada para
MD-80, passando a utilizar a sigla "MD" que faz
referência a McDonnell Douglas. Com o lançamento da nova geração,
MD-80, as versões clássicas do DC-9 deixaram de
ser fabricadas.
Mesmo após o fim da produção os DC-9 continuaram presentes nos céus
por muito tempo. A última grande companhia aérea a aposentar o modelo
foi a Delta, que retirou os últimos DC-9-50 de
operação em 2014, alguns com quase 40 anos de uso.
Bob Garrard ![]() ![]()
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Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 29,3 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso: 54/49 toneladas Capacidade de combustível: 13,9 mil litros
2
898 km/h
Pista mínima para decolagem:
2,3
3.030 km
Companhia Lançadora:
Eastern
Comparar com outras
aeronaves
Construídos: 96
Acidentes: 7
(Ver MD-80)