ATR-42-300/400/500/600

A Avions de Transporte Regional, mais conhecida como ATR, foi criada em 1981, como uma parceria entre as fabricantes de aeronaves Aérospatiale (da França) e Aeritalia (da Itália). Ambas as empresas estavam estudando o lançamento de uma aeronave regional, para substituir aviões como o HS748 e Fokker F-27. Em 1970 a Aérospatiale havia unido forças com fabricantes do Reino Unido e Alemanha para criar um wide-body para 300 passageiros, o Airbus A300. A experiência bem-sucedida fez com que a França agora apostasse em uma parceira com a Itália para a fabricação de um turboélice regional. Cada fabricante ficou com 50% da ATR e os principais centros ficaram em Nápoles e Toulouse. Em 2000 a Aérospatiale se fundiu com outras empresas, passando a se chamar European Aeronautic Defence and Space Company (EADS). Em 2013 uma reorganização na empresa extinguiu o nome EADS, que passou a ser conhecida apenas como Airbus (a marca que antes era utilizada apenas para aeronaves comerciais). Já a Aeritalia passou a se charmar Alenia Aeronautica, em 1990, após uma fusão com a empresa aeroespacial Selenia. Em 2002 a Alenia alterou o seu nome para Leonardo, após uma reestruturação.

A ATR iniciou o desenvolvimento de sua primeira aeronave mirando no segmento de aviação regional. Na Europa os modelos de grande sucesso, HS748 e Fokker F-27, estavam ficando velhos e precisariam ser substituídos. Ao mesmo tempo as companhias aéreas davam sinais que precisavam de uma aeronave com maior capacidade do que o Saab 340. Batizado de ATR-42, o novo avião regional teria capacidade próxima a 42 passageiros, com foco em oferecer uma operação mais barata e com maior economia de combustível do que os concorrentes. Outro diferencial foi oferecer uma cabine de passageiros mais ampla, capaz de acomodar quatro assentos por fileira, numa configuração 2+2. A cabine de passageiros foi projetada para que os assentos pudessem ter largura bem próxima aos utilizados em jatos como o Boeing 737. No entanto a ATR não foi a única a ter a ideia de projetar uma aeronave nesse segmento. Na mesma época a Fokker, Saab e de Havilland Canada estavam projetando turboélices que iriam concorrer diretamente com o ATR-42. Todos eles com capacidade de passageiros ligeiramente maior, mais próximo de 50 assentos. Apesar de acabar aumentando um pouco a capacidade, para 46 passageiros em uma configuração típica, o ATR-42 se manteve ligeiramente menor do que os concorrentes. Essa foi uma estratégia para manter a aeronave otimizada para operar de forma econômica. Aumentar a capacidade de assentos inevitavelmente levaria a uma aeronave maior, mais pesada e com motores mais potentes, o que poderia impactar negativamente o desempenho e a eficiência e aumentar os custos de operação e manutenção.

Outra escolha importante para o projeto do ATR-42 foram os motores. Eles foram escolhidos com objetivo de oferecer baixo consumo de combustível, alta confiabilidade e manutenção simples, ideais para voos curtos e com muitos ciclos diários (decolagens e pousos). O modelo escolhido, Pratt & Whitney Canada PW120, era equipado com quatro pás de hélices e oferecia um bom equilíbrio entre potência e economia. Apesar de utilizar motores semelhantes e do mesmo fabricante dos utilizados pelos Dash-8, a versão do ATR-42 utilizava menos potência e tinha um design mais simples e leve, que aliado ao menor peso da aeronave, era capaz de gerar maior economia de combustível. Além do menor tamanho e da menor capacidade de passageiros, o uso de materiais compostos na fuselagem também ajudou o ATR-42 a diminuir o seu peso total e economizar combustível. Esses materiais foram aplicados principalmente nas asas, carenagem dos motores, cauda, estabilizadores vertical e horizontal, nariz e compartimento do trem de pouso. A estrutura escolhida para a aeronave foram asas altas e cauda em T, oferecendo proteção contra detritos e sujeira vindos do solo para as asas e os motores. As asas altas também permitem um trem de pouso mais curto, tornando o avião mais baixo em relação ao solo e facilitando o embarque/desembarque de passageiros, um característica ideal para aeroportos regionais com pouca infraestrutura. Já a cauda em T faz com que o estabilizador horizontal fique fora do fluxo de ar turbulento vindo dos motores, melhorando o controle do avião principalmente em baixas velocidades. Outro foco do ATR-42 é a sua capacidade de operar em pistas curtas e aeroportos com pouca ou nenhuma infraestrutura, uma característica comum em aeroportos regionais.

A primeira versão ficou conhecida como ATR-42-200, porém essa versão foi usada apenas para testes. A versão inicial para venda ficou conhecida como ATR-42-300 e entrou em operação comercial, em dezembro de 1985, pela Air Littoral, na rota Béziers - Paris. O ATR 42 teve um bom desempenho de vendas, ultrapassando a marca de 100 unidades produzidas em 1988. Entretanto o modelo também sofreu forte concorrência do Fokker 50 e do Dash-8-300. Inicialmente a maior parte das vendas vinha da Europa e a ATR fez um esforço para conseguir encomendas também no lucrativo mercado dos EUA, o maior do mundo. Dois marcos importantes foram as encomendas de 50 unidades, feita pela Texas Air, em 1988, e de 100 unidades, feita pela American Eagle, em 1990. A fabricante também lançou uma sub-variante, denominada ATR-42-320, com motores mais potentes (PW121), melhorando a performance em regiões quentes e aeroportos em altas altitudes.
Em 1993 foi lançada a versão ATR-42-400, um aperfeiçoamento da versão 320, com maior capacidade de carga útil, podendo acomodar até 48 passageiros, e melhorias na cabine de passageiros, com novo interior, novos materiais acústicos e compartimentos superiores com 40% mais volume. Apesar de usar os mesmos motores da versão 320, a versão 400 possuí hélices de seis pás, ao invés de quarto. Entretanto o ATR-42-400 foi lançado com muito pouco tempo de diferença da versão 500, que apresentou melhorias mais relevantes, incluindo um novo motor. Sendo assim apenas duas unidades para a aviação comercial foram produzidas. pois todas as demais encomendas foram para a versão 500.

Em 1996 a versão 300 deixou de ser fabricada para dar lugar a nova versão ATR-42-500. A nova versão havia sido anunciada no Salão Aeronáutico de Paris, em junho de 1993, e realizou o seu primeiro voo no dia 16 de setembro de 1994. O ATR-42-500 está equipado com motores PW127E, mais potentes que os anteriores e com hélices de seis pás, otimizadas para baixo ruído e vibração. As novas hélices têm diâmetro reduzido, menor velocidade de rotação e design avançado, que contribuem para reduzir o ruído e a vibração transmitidos à cabine de passageiros. Um sistema de controle eletrônico controla a velocidade de rotação das hélices, mantendo a sincronização ideal entre os dois motores, resultando em níveis de vibração mais baixos.
O ATR-42-500 apresenta maior capacidade de carga útil, peso máximo de decolagem, velocidade de cruzeiro e alcance, além de desempenho aprimorado ao operar em regiões altas e quentes. Essa versão também apresentou uma nova cabine de passageiros, com isolamento acústico aprimorado e compartimentos superiores maiores, com 40% mais espaço. Para reduzir o ruído foram instalados novos amortecedores de vibração dinâmicos e materiais acústicos. O redesenho da cabine aprimora a sensação de espaço, com linhas limpas e fluidas e com atenção especial à iluminação. Os motores mais potentes da versão 500 também permitiu a instalação de um ar condicionado mais potente. As primeiras entregras ocorreram em outubro de 1995, para a Air Dolomiti, e em novembro para a Aeromar.
Além da versão de passageiros, a ATR desenvolveu uma versão cargueira e uma versão Quick Change, onde adaptações na aeronave permitem que ela seja facilmente convertida do transporte de passageiros para o transporte de carga e vice-versa. Também foram desenvolvidas versões para outros mercados além da aviação comercial, como por exemplo o ATR-42MP (Maritime Patrol) "Surveyor", para vigilância marítima e costeira, busca e salvamento. Essa versão é equipada com um radar com cobertura 360º.
A versão 500 continuou com o bom desempenho de vendas e também com concorrência forte. Quando a Fokker faliu, em 1996, o Dash-8-300 passou a ser o principal concorrente. Enquanto o Dash-8 tinha maior capacidade de passageiros, maior alcance e maior velocidade de cruzeiro, o ATR-42-500 tinha menor custo operacional, de manutenção e consumo de combustível, sobretudo em rotas de curta distância. Principalmente a partir de 2000 o ATR-42 passou a sofrer maior concorrência também dos jatos regionais para 50 passageiros, CRJ-200 e ERJ-145, que foram se tornando cada vez mais populares, especialmente nas companhias aéreas regionais dos EUA. Apesar de não serem concorrentes diretos, os jatos ofereciam maior percepção de conforto para os passageiros e tinham vantagem em rotas de maior distância. Por outro lado os turboélices, como o ATR-42, têm vantagem em rotas de menor distância, apresentando menores custos e menor consumo de combustível. Segundo a ATR, o ATR-42-500 oferecia um custo operacional direto por voo cerca de 5% mais baixo do que o Dash-8-300 e 31% mais baixo do que o CRJ-200. Mesmo assim o volume de encomendas do ATR-42 sofreu uma desaceleração significativa a partir de 2000. Entre 1990 e 1999 o ATR-42 acumulou quase 200 aeronaves produzidas, enquanto entre 2000 e 2009 foram produzidas apenas 57 unidades.

Em 2 de outubro de 2007 a ATR anunciou uma nova versão, conhecida com "Series 600". O ATR-42-600 incorporou avanços tecnológicos como novos motores, cabine de comando com telas de LCD e nova cabine de passageiros. O primeiro voou aconteceu no dia 4 de março de 2010 e a primeira entrega no dia 4 de novembro de 2012, para a Precision Air Services. Em 2009 o Dash-8-300 deixou de ser produzido, deixando o ATR-42-600 como praticamente a única opção para um turboélice regional de 50 passageiros. Mesmo assim o ritmo de encomendas continuou lento. Entre 2010 e 2019 66 unidades foram produzidas, muito menos do que o seu irmão maior, ATR-72, que acumulou mais de 600 unidades produzidas no mesmo período. Apesar da menor concorrência, as companhias aéreas passaram a preferir aeronaves maiores, com menor custo por passageiro.
Em 2019 a fabricante anunciou o lançamento do ATR-42-600S, uma versão otimizada para operar em pistas curtas e regiões de alta altitude e clima quente. Conhecido pela sigla STOL (Short Take-Off and Landing), essa versão tem um leme maior, freios com função automática e spoilers, podendo decolar de pistas com apenas 800 metros de comprimento. O primeiro voo aconteceu em 2022, no entanto as poucas encomendas para o ATR-42-600S fizeram com que a ATR decidisse cancelar o projeto em novembro de 2024.

No Brasil o ATR-42 se tornou popular entre as companhias regionais na segunda metade da década de 1990. Inicialmente a maior operadora era a Total, que chegou a operar 10 unidades e foi a primeira a operar o ATR-42-500 no Brasil, em 2005. Quando foi comprada pela Trip, esta passou a ser a maior operadora no Brasil e chegou a operar 21 ATR-42. Em 2012 a Trip foi comprada pela Azul, que continuou a operar os ATR-42 até 2015, substituindo-os pela versão maior ATE-72.

Operadoras no Brasil: Azul, Pantanal, Passaredo, Map, Total, Trip, Unex

Alphajet.jpb

 

 

E
Modelo: Construídos: Ativos: Encomendas: Acidentes:

ATR-42-200

2     1

ATR-42-300

282 82   32

ATR-42-400

2     0

ATR-42-500

134 73   12

ATR-42-600

76 63 9 1

TOTAL:

496 218 9 46

 

Origem: França / Itália
Produzido: 1985 - hoje
Comprimento:
22,67 m
Envergadura: 24,57 m
Altura: 7,59 m
Peso da aeronave:
300: 10,5 toneladas
500: 11,3 toneladas
600: 11,5 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
300: 16,7/16,4 toneladas
500/600: 18,6/18,3 toneladas
Capacidade de combustível: 3,6 - 5,6 mil litros
Motores:
300:
2x Pratt & Whitney Canada PW120
320/400:
2x Pratt & Whitney Canada PW121
500:
2x Pratt & Whitney Canada PW127E
600:
2x Pratt & Whitney Canada PW127M
Velocidade de cruzeiro:
300: 450 km/h
500: 500 km/h
600: 511 km/h

Velocidade máxima:

300: 490 km/h
320/400: 498 km/h
500: 555 km/h
600: 560 km/h

Altitude de Cruzeiro: 7,6 km (25 mil ft)
Pista mínima para decolagem:
300: 1,09 km
320: 1,04 km
500: 1,16 km
600: 1,11 km
Alcance:
300/320/400: 885 - 1.166 km
500: 1.555 km
600: 1.326 - 1.560 km

Passageiros: 40-50
Tripulação: 3
Largura da cabine de passageiros: 2,57 metros
Altura da cabine de passageiros: 1,91 metros
Disposição de assentos (classe econômica): 2+2 com 17,3'' (44,0 cm) de largura
Primeiro voo: 16 de agosto de 1984
Concorrentes:
Dash-8-300, CRJ-200,
Dornier 328, ERJ-140/145, Fokker 27, Fokker 50, Saab 2000, Antonov An-140
Companhia Lançadora: Air Lottoral
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

ATR-72-200/500/600

Em janeiro de 1986 a ATR lançou o ATR-72, uma versão alongada do ATR-42, capaz de transportar cerca de 70 passageiros. O ATR-72 apresenta alto grau de similaridade com o ATR-42, compartilhando a mesma seção transversal da fuselagem, sistemas básicos e cockpit, reduzindo custos de treinamento para a tripulação. Cerca de 90% das peças de reposição são comuns entre os dois modelos, reduzindo os custos de manutenção. Além de maior, o ATR-72 possuí motores mais potentes, asas mais longas, maior peso máximo de decolagem, maior velocidade de cruzeiro e maior alcance do que o ATR-42. A primeira versão ficou conhecida como ATR-72-100, mas essa foi usada somente para voos de testes. A segunda versão, ATR-72-200, foi a primeira versão para vendas e entrou em operação em outubro de 1988, pela Finnair. A versão 200 teve uma sub-versão conhecida como ATR-72-210, equipada com motores PW127F, de maior potência, desenvolvida para aumentar o desempenho em pistas curtas e em regiões quentes e em altas altitudes. A versão 210 também possui cabine de passageiros aprimorada, com melhor tratamento de ruído e ar-condicionado com maior capacidade de resfriamento e melhor distribuição de ar. As entregas desta versão começaram em dezembro de 1992. O ATR-72-200 se beneficiou por ter sido lançado num momento em que não haviam concorrentes diretos consolidados na mesma categoria e capacidade de passageiros. O seu concorrente mais próximo, BAe ATP, tinha menor capacidade de passageiros e não obteve bom desempenho de vendas. Em 1993 o ATR-72 ultrapassou a marca de 100 unidades produzidas, se consolidando como o líder de mercado em sua categoria. No entanto o lançamento de um concorrente direto pela Bombardier, o Dash 8-400, em 1995, trouxe um rival mais desafiador.

No dia 19 de janeiro de 1996 a versão atualizada, ATR-72-500, realizou o seu primeiro voo. Inicialmente conhecida como ATR-72-210A, a versão 500 foi derivada do ATR-72-210 e é equipada com novos motores mais potentes. Os motores também apresentam hélices com seis pás, ao invés de quatro na versão anterior, com controle eletrônico, que ajudaram a reduzir o ruído e a vibração dentro da cabine de passageiros. Para os passageiros essa versão possuí bagageiros maiores e ar condicionado mais potente. O ATR-72-500 também ganhou modificações no trem de pouso, asas e freio e maior capacidade de carga. A primeira unidade foi entregue à American Eagle, em julho de 1997.
Além da versão de passageiros, a fabricante também passou a oferecer a versão cargueira. Nessa função os ATR-42/ATR-72 são equipados com uma porta cargueira, facilitando o embarque e desembarque de grandes volumes. A porta traseira pode ser aberta em voo para diversas missões, tais como paraquedismo. Em 2000 foi lançado o programa de conversão de aeronaves de passageiros para carga.
Outra variante é o Quick Change, onde a cabine do ATR-42/ATR-72 é equipada com detectores de fumaça e outras modificações exigidas para o transporte de carga. Nessa versão a aeronave pode ser convertida rapidamente para o transporte de passageiros ou carga, em cerca de 45 minutos.

Apesar da disputa acirrada pelas encomendas com o Dash 8-Q400, o ATR-72 se manteve na liderança das vendas. Enquanto o concorrente tinha maior capacidade de passageiros, velocidade de cruzeiro e alcance, o ATR-72 se destacava pelos menores custos de operação, manutenção e consumo de combustível. O Dash 8 levava vantagem em rotas de maior distância e com maior demanda de passageiros, conquistando uma base menor de clientes. O segmento de rotas com distâncias muito curtas normalmente é caracterizado por margens apertadas e aeroportos com pistas curtas, levando os operadores a buscarem aeronaves menores e mais econômicas, favorecendo o ATR-72.
No entanto o ATR-72 começou a sofrer concorrência também de jatos regionais com capacidade similar, como o CRJ-700/900 e E-170/E-175. Especialmente nos EUA, o maior mercado, as companhias aéreas regionais, de modo geral, migraram dos turboélices para os jatos regionais a partir de 2000. No entanto os turboélices, como o ATR-72, continuaram imbatíveis em termos de economia de combustível e menores custos operacionais em rotas mais curtas. Segundo a ATR, o ATR-72 apresenta consumo de combustível por passageiro 11% menor e custos operacionais 20% menores do que um jato regional de 70 assentos em um voo com 370 km de distância. Apesar da maior presença dos jatos regionais, as vendas do ATR-72 seguiram boas, ultrapassando o ATR-42 em 2008 e atingindo 500 unidades produzidas em 2010.

No dia 2 de outubro de 2007 a ATR anunciou uma nova versão, conhecida com "Series 600". O ATR-72-600 incorpora avanços tecnológicos e novos motores, permitindo uma redução ainda maior dos custos e do consumo de combustível. A cabine de comando foi atualizada com um novo conjunto de aviônicos, com cinco displays LCD, sendo dois monitores de voo primários (PFD), dois displays multifuncionais (MFD) e um display de alerta do motor (EWD). O novo glass cockpit reduziu o número de peças em 30% e os custos de manutenção em 15%. Além disso a carga de trabalho do piloto foi reduzida graças ao acesso mais fácil e à exibição automática de procedimentos. Os recursos aprimorados na cabine de comando permitem maior otimização da trajetória de voo e acesso a aeroportos mais desafiadores. Os novos motores Pratt & Whitney 127M são mais potentes, porém apresentam um nível de ruído baixo graças ao design das hélices. Por meio do sistema RTO (Reserve Take-off Torque) o piloto pode ativar potência extra nos motores, melhorando ainda mais o desempenho em pistas curtas e regiões quentes e com altas altitudes, além de garantir o transporte de mais carga útil. Os novos motores mais potentes da versão 600 também permitem que a aeronave seja capaz de voar até 300 metros mais alto do que as versões anteriores.
A nova cabine de passageiros oferece 30% mais espaço para bagagem e aumento de 10% no volume dos bagageiros, maior sensação de amplitude, com linhas suaves e painéis remodelados para oferecer mais espaço e luz, iluminação LED e sistema de entretenimento a bordo (IFE) como opcional. O ATR-72-600 também oferece mais espaço e até 200 quilos a menos de peso graças aos novos assentos mais finos. Para facilitar o trabalho da tripulação essa versão incorporou um sistema de gerenciamento de cabine (CMS) totalmente digital, com tela touch screen. Após o lançamento de uma versão do Q400 com maior capacidade de passageiros, a ATR lançou a opção de uma configuração de alta densidade, para até 78 passageiros, diminuindo o espaço para carga e da galley para acomodar mais assentos. Segundo a ATR, o ATR-72-600 oferece custos operacionais cerca de 40% menores do que um jato de capacidade similar em rotas de 460 km de distância. Em novembro de 2022 foi entregue o primeiro ATR-72-600 com novos motores PW127XT, com 3% menos consumo de combustível e 20% menos custos de manutenção em relação a versão anterior.
O lançamento da Série 600 acabou impulsionando as vendas do ATR-72, atraindo companhias aéreas interessadas na economia trazida pelo modelo. Entre 2010 e 2019 o ATR-72 vendeu mais de 600 unidades, cerca de três vezes mais do que o mesmo período nas duas décadas anteriores. 

No Brasil a primeira companhia a operar o ATR-72 foi a Total, em 2005. Logo depois a companhia foi comprada pela Trip, que se tornou a maior operadora de ATR no Brasil. A Trip foi a primeira a operar a versão ATR-72-500, em 2008. Em 2012 a Trip foi comprada pela Azul, que passou a ser a maior operadora de aeronaves ATR. A Azul foi a primeira companhia do Brasil e uma das primeiras do mundo a operar o ATR-72-600. O auge da frota de ATR-72 na Azul foi em 2015, quando a empresa chegou a operar mais de 50 unidades. Desde então a frota vêm sendo reduzida em favor de jatos.

Operadoras no Brasil: Azul, Map, Passaredo, Total, Trip

T.Laurent

 

E

Modelo:

Construídos: Ativos: Encomendas: Acidentes:

ATR-72-200

186 70   17

ATR-72-500

365 230   17

ATR-72-600

665 576 34 5

TOTAL:

1.217 876 34 39

 

Origem: França / Itália
Produzido: 1989 - hoje
Comprimento:
27,17 m
Envergadura: 27,05 m
Altura: 7,65 m
Peso da aeronave:
200: 12,4 toneladas
500: 12,9 toneladas
600: 13,3 toneladas
Peso máximo decolagem/pouso:
200: 21,5/21,3 toneladas
500: 22,0/21,9 toneladas
600: 23/22,3 toneladas
Capacidade de combustível: 4 mil litros
Motores:
200: 2x Pratt & Whitney Canada PW124B
210: 2x Pratt & Whitney Canada PW127
500: 2x Pratt & Whitney Canada PW127F ou PW127M
600: 2x Pratt & Whitney Canada PW127M ou PW127XT
Velocidade de cruzeiro:
200: 470 km/h
500: 500 km/h
600: 511 km/h

Velocidade máxima:

200: 513 km/h
210: 516 km/h
500: 555 km/h
600: 560 km/h
Altitude de Cruzeiro: 7,6 km (25 mil ft)
Pista mínima para decolagem:
200: 1,41 km
210: 1,21 km
500: 1,22 km
600: 1,31 km
Alcance:
200: 1.426 - 1.777 km
210: 1.264 - 1.598 km
500: 1.324 - 1.648 km
600: 1.528 - 1.665 km
Passageiros: 62-74
Tripulação: 4
Largura da cabine de passageiros: 2,57 metros
Altura da cabine de passageiros: 1,91 metros
Disposição de assentos (classe econômica): 2+2 com 17,3'' (44,0 cm) de largura
Primeiro voo: 27 de outubro de 1988
Concorrentes: Avro RJ-70, Dash 8-400, CRJ-700, E-170/E-175, Fokker 70, Ilyushin Il-114, BAe ATP
Companhia Lançadora: Finnair
Comparar com outras aeronaves

 

 

 

 

atualizado em dezembro de 2024

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