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A EasyJet foi fundada em março de 1995, na Inglaterra, por Stelios Haji-Ioannou, descendente de uma família abastada com negócios no setor de transporte marítimo. Stelios se inspirou na companhia aérea norte-americana Southwest Airlines para criar uma das pioneiras no conceito "low cost, low fare" na Europa. Esse conceito se baseia em oferecer passagens aéreas mais baratas ao utilizar um modelo com custos reduzidos. Para conseguir operar lucrativamente oferecendo preços mais baixos do que as companhias aéreas tradicionais, a EasyJet utilizou uma combinação de estratégias, como por exemplo vender passagens só por telefone (e depois pela internet), evitar o uso de papel, não oferecer refeições a bordo, adotar uma configuração interna com o maior número de assentos possível e maximizar a utilização das aeronaves, ou seja, as aeronaves da EasyJet faziam mais voos por dia em comparação aos concorrentes. Outro princípio base da empresa foi a padronização da frota com um único modelo de aeronave, reduzindo custos de manutenção e de treinamento. Ao utilizar apenas um modelo de aeronave qualquer piloto e tripulação estão aptos a operar qualquer aeronave da frota, ao mesmo tempo que qualquer aeronave pode assumir qualquer rota, simplificando o planejamento operacional e aumentando a flexibilidade. Da mesma forma mecânicos e técnicos só precisam se especializar em um único modelo de aeronave e a empresa precisa estocar uma variedade menor de peças de reposição, contribuindo para a redução dos custos. A padronização da frota também aumenta o poder de barganha com fornecedores, onde comprar várias unidades da mesma aeronave, do mesmo motor ou das mesmas peças de reposição pode gerar descontos por volume com o fabricante. A base de operações também foi estrategicamente escolhida para reduzir os custos, o aeroporto de Luton, em Londres. Luton era considerado um aeroporto secundário comparado aos grandes hubs, como Heathrow e Gatwick, e era usado principalmente por companhias aéreas charter e cargueiras, oferecendo poucos voos comerciais regulares. No entanto ao operar em Luton a EasyJet conseguia taxas aeroportuárias mais baixas, menor tráfego aéreo (o que ajudada a reduzir atrasos e aumentar a produtividade das aeronaves) e mais opções de slots e horários para os seus voos.
No dia 10 de novembro de 1995 a EasyJet realizou o seu primeiro voo, na rota Londres (Luton) - Glasgow. A segunda rota foi inaugurada cinco dias depois, Londres (Luton) - Edinburgh. A frota inicial era composta por dois Boeing 737-200. Quando iniciou operações a EasyJet cobrava tarifas entre £29 e £59 por trecho, substancialmente mais baixas do que os cerca de £100 cobradas tipicamente pelas concorrentes num voo entre Londres e Glasgow. A campanha publicitária era "Tornando voar tão acessível quanto um par de jeans" e as reservas eram feitas apenas por telefone. O site da empresa só entrou no ar em 1997, ainda apenas redirecionando para o telefone. O objetivo de realizar vendas majoritariamente pela internet só foi concretizado mais tarde. Finalmente, em abril de 1998, a EasyJet realizou a primeira venda on-line. A pintura nos aviões também tinham objetivo publicitário para a própria empresa, cores laranja vibrante, o logotipo ocupando grande parte da fuselagem e o número de telefone para reservas era estampado em letras gigantes, visível à distância. A EasyJet usava seus próprios aviões como outdoors voadores. Stelios ficou satisfeito com o desempenho inicial e usou os resultados positivos para justificar a expansão nos anos seguintes. O próximo passo era adquirir mais aeronaves e expandir as rotas para a Europa continental.
Em abril de 1996 a EasyJet recebeu sua primeira aeronave própria, um Boeing 737-300, e inaugurou sua primeira rota internacional: Londres (Luton) - Amsterdam, no mesmo mês. No mesmo ano a companhia também iniciou voos para Aberdeen, Nice, Barcelona e Inverness. Em 1997 a EasyJet inaugurou as rotas Liverpool - Amsterdam e Liverpool - Nice, dando o primeiro passo para a estratégia de múltiplas bases regionais e redução da dependência do mercado de Londres. Assim como o aeroporto de Luton, Liverpool oferecia taxas aeroportuárias baixas e estava disposto a fazer acordos vantajosos com uma companhia aérea que trouxesse mais voos para a região. Já a partir de Luton a EasyJet lançou voos para Palma de Mallorca e Genebra. Em 1998 a malha foi expandida para Atenas, Madri, Belfast e Zurich. Ainda em 1998 a empresa fez uma encomenda para 15 Boeing 737-700.
Em março de 1998 a EasyJet comprou 40% da companhia aérea suíça de voos charter, TEA Basel AG, que passou a operar como sua subsidiária e teve o nome alterado para EasyJet Switzerland. A base da empresa foi transferida de Basiléia para Genebra e os voos regulares foram iniciados em 1999, entre Genebra e Barcelona, Amsterdam, Nice e Londres, operados com aeronaves Boeing 737-300. A compra de uma participação em uma companhia aérea já existente na Suíça proporcionou à EasyJet uma maneira mais rápida e eficiente de estabelecer bases operacionais fora do Reino Unido, dando o primeiro passou para se tornar uma transportadora pan-europeia, conectando todo o continente e não apenas um país.
A chegada da EasyJet e outras companhias aéreas de baixo custo (low cost, low fare) no mercado europeu representou um choque para as companhias aéreas tradicionais. Inicialmente muitas, como a British Airways, subestimaram a ameaça e continuaram com seus modelos tradicionais, abrindo espaço para o rápido crescimento das novatas. Essas empresas começaram a sentir o impacto à medida que as low cost ganhavam popularidade e cada vez mais passageiros migravam para opções mais baratas. O lançamento de subsidiárias low cost, low fare foi uma das respostas mais comuns nesse momento. Em 1998 a British Airways lançou a Go Fly e, em 1999, a KLM lançou a Buzz. Entretanto copiar o modelo das low cost, low fare a partir de uma companhia aérea tradicional se mostrou difícil. Apesar de serem empresas separadas, por serem subsidiárias de grandes companhias aéreas tradicionais, empresas como a Go Fly e a Buzz tinham estruturas de custo mais pesadas, cultura corporativa mais conservadora e falta de agilidade, tornando-as menos eficientes do que empresas que já nasceram com o conceito low cost, low fare. Além disso era comum a falta de uma estratégia clara e consistente, onde essas subsidiárias uma hora ofereciam mais conforto e serviços gratuitos e depois mudavam para menos conforto e serviços pagos e vice-versa, o que não agradava nem os passageiros premium e nem os passageiros que buscavam preços baixos. Sem o resultado esperado a Gol Fly acabou sendo vendida para a própria Easyjet em 2002, enquanto a Buzz foi adquirida pela Ryanair em 2003. Em vez de criar marcas separadas as companhias aéreas tradicionais mudaram sua estratégia e passaram a se adaptar a nova realidade do mercado, onde elas mesmas cortaram serviços gratuitos, aumentaram o número de assentos nos aviões e passaram a buscar maximizar a utilização das aeronaves, copiando muitas estratégias adotadas pelas low cost, low fare. Dessa forma, apesar de ainda oferecerem um serviço mais completo e/ou premium, as companhias aéreas tradicionais se tornaram mais competitivas e puderam reduzir o preço das passagens, competindo mais agressivamente com as low cost, low fare.
Em outubro de 2000 a companhia
recebeu o seu primeiro Boeing 737-700.
No mesmo ano fez uma encomenda adicional de 17 unidades do
modelo, garantindo a continuidade da expansão da frota e da
malha aérea.
Em 2001 a EasyJet iniciou a sua primeira
base fora do Reino Unido e da Suíça, lançando as rotas entre
Amsterdam e Edinburgh, Nice, Belfast, Londres, Barcelona e
Glasgow. A EasyJet pôde iniciar voos em um país diferente de
sua origem (UK e Suíça) graças à liberalização do espaço
aéreo europeu na década de 1990. Nesse período a União
Europeia implementou um processo gradual de liberalização do
seu espaço aéreo, culminando no "Terceiro Pacote", que
estabeleceu que qualquer companhia aérea com sede em um país
da União Europeia podia operar voos regulares entre
quaisquer dois países da UE. Na época o Reino Unido fazia
parte da União Europeia, enquanto a Suíça tinha vários
acordos bilaterais com o bloco europeu. Apesar de poderem,
as companhias aéreas tradicionais europeias raramente
fizeram voos baseados fora de seus países de origem.
Normalmente essas empresas operam no modelo hub-and-spoke,
onde a malha gira em torno de um centro principal no país de
origem. Além disso grande parte dessas empresas são marcas
com apelo nacional, o que poderia limitar o seu sucesso em rotas
fora do seu país de origem. Ao invés de expandirem suas
operações em bases em outros países, as companhias aéreas
tradicionais seguiram o caminho de fusões, formando grandes
grupos aéreos com companhias aéreas de diferentes países.
Em dezembro de 2001 a EasyJet selecionou o aeroporto de
Gatwick como sua base principal na Inglaterra,
marcando uma mudança importante na estratégia da empresa.
Apesar do aeroporto de Gatwick ter taxas mais altas do que
Luton, a aquisição da Go Fly (e absorção de slots em
Gatwick)
e a redução dos voos da
British Airways nesse
aeroporto, trouxe para a EasyJet uma oportunidade de ter
uma presença considerável em um aeroporto mais conhecido,
com melhores conexões, mais próximo do centro de Londres e
com
melhor infraestrutura. Além disso a abertura da base em
Gatwick reduzia a dependência da empresa em relação
ao aeroporto de Luton, que vinha com uma política de aumento
de taxas aeroportuárias, buscando maior rentabilidade. Em
junho de 2005 Gatwick se tornou a maior base da empresa,
oferecendo voos sem escalas para 29 destinos.
Em maio de 2002 a EasyJet iniciou sua base em Paris, com
voos para Liverpool, Genebra, Londres e Nice. Em outubro de
2002 a empresa anunciou a decisão de trocar a frota de
Boeing 737 por
Airbus A319. Além da Airbus
oferecer condições extremamente favoráveis, o
A319 podia se configurado com
mais assentos, aumentando a oferta e reduzindo os custos por
passageiro. Em dezembro as duas empresas anunciaram uma
encomenda de nada menos que 150
Airbus A319. A primeira unidade
chegou em outubro de 2003 e iniciou operações pela EasyJet Switzerland.
Aos poucos os Airbus foram substituindo os
Boeing 737 até a frota ficar padronizada apenas com
aeronaves A319. Graças
ao seu modelo de operação com um único modelo de aeronave, a
EasyJet se tornou a maior operadora do
A319 no mundo
naquela época. Em novembro de 2002 Stelios Haji-Ioannou
deixou o cargo de presidente e foi substituído por Colin
Chandler, com objetivo de fazer a transição para uma gestão
mais profissional. Embora a EasyJet estivesse expandindo,
havia tensões crescentes entre Stelios e os outros
acionistas sobre a estratégia e o futuro da empresa.
Em 2004 a EasyJet iniciou sua base em Berlin, com voos para
Londres, Liverpool, Newcastle, Paris, Atenas, Copenhagen,
Nice, Basiléia, Bristol, Palma de Majorca, Barcelona,
Budapeste e Nápoles. No ano seguinte a empresa comemorou 10
anos atingindo a marca de 100 aeronaves na frota e 100
milhões de passageiros transportados.
Em outubro de 2005 a EasyJet anunciou sua nova base em
Milão, a primeira na Itália e a 16ª base da empresa na
Europa.
Em 2006 a empresa introduziu o check-in pela internet e
expandiu sua malha para fora da Europa pela primeira vez,
com o inicio dos voos para Marrakech. Em agosto de 2006
inaugurou a sua base em Madrid.
Em outubro de 2007 a EasyJet adquiriu a GB Airways, passando
a operar aeronaves A320 e
A321 e expandindo sua malha na
Europa e norte da África. Com a introdução de novas
aeronaves, a empresa começou a reavaliar a sua estratégia
para a frota. A EasyJet pôde comparar em suas próprias
operações as vantagens de aeronaves maiores do que o
A319, aumentando a oferta de
assentos e reduzindo o custo por passageiro. Dessa forma a
companhia acabou convertendo algumas unidades do
A319 em A320
na sua carteira de encomendas, passando a operar uma frota
mista de
A319 e A320.
Já os
A321 foram retirados de
operação.
Em 2009 a empresa alcançou o seu objetivo de ser tornar uma companhia
aérea pan-europeia, registrando que mais de 50% dos
passageiros foram de fora do Reino Unido. Nesse ano a
EasyJet lançou voos entre Londres e Tel Aviv e iniciou sua
base em Roma.
Em 2012 abriu a sua primeira base em Portugal, na capital
Lisboa. No ano seguinte a EasyJet anunciou a renovação da
frota com aeronaves A320neo e
A321neo, após uma encomenda de
100 unidades.
Em fevereiro de 2015 a EasyJet lançou a sua nova pintura,
marcando a primeira grande mudança visual desde a sua
fundação. Uma faixa laranja foi introduzida na fuselagem,
permitindo que o logo ficasse em branco.
Em 2016 o Reino Unido votou pela saída da União Europeia,
gerando incertezas sobre o acesso das empresas britânicas ao
mercado comum europeu. Até então a EasyJet podia operar voos
livremente dentro da UE graças aos acordos de céus abertos e
com a saída do Reino Unido da UE, a EasyJet corria o risco
de perder o direito de fazer voos dentro da UE. Para
contornar esse risco a empresa decidiu criar uma nova
subsidiária em um país pertencente a UE. Sendo assim, em
julho de 2017, foi fundada a EasyJet Europe, com sede em
Viena, na Áustria. Muitos aviões da matriz no Reino Unido,
bem como funcionários foram repassados para a filial na
Áustria, garantindo a continuidade das bases na UE. Também
em 2017 a empresa recebeu o primeiro A320neo.
Já o primeiro
A321neo foi recebido em julho de
2018, passando a ser a maior aeronave da frota. Em 2018 a
frota ultrapassou a marca de 300 aeronaves.
Em março de 2020 a companhia suspendeu todos os voos devido
a pandemia do COVID-19. As operações começaram a ser
retomadas em junho do mesmo ano
e a empresa garantiu um empréstimo de 600 milhões de libras com o
governo do Reino Unido para superar o período difícil. A EasyJet voltou a obter lucro em
2023.
Fundação: março de 1995
País: Inglaterra
Principais Aeroportos: Aeroporto Gatwick, Aeroporto Luton,
Aeroporto Internacional
Corintin
Sede:
Luton
Códigos: EZY / U2 | EasyJet Switzerland: EZS / DS |
EasyJet Europe: EJU / CE
Destinos:
157
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Atualizado em junho de 2025