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UMA MALHA AÉREA ALEMÃ NA
AMÉRICA DO SUL
Após a Primeira Guerra Mundial a Alemanha estava proibida,
pelo Tratado de Versalhes (1919), de desenvolver sua aviação militar.
Como alternativa o governo alemão passou a investir na aviação
comercial. O setor então passou a ser visto como uma forma de expandir a
influência alemã e ajudar na reconstrução do país após a guerra,
aproveitando a expansão para novos mercados consumidores. Nesse sentido
foi fundada, em 1924, a Condor Syndikat, uma subsidiária da principal
companhia aérea alemã na época, a Deutsche Aero
Lloyd (DAL). A Condor seria responsável por criar uma malha aérea
entre a Alemanha e a América do Sul e a rota inicialmente desenhada
iniciaria na Alemanha e passaria por Espanha, Portugal e as costas da
África Setentrional e Ocidental antes de finalmente chegar na América do
Sul. Para operar uma rota tão longa o governo alemão previa parcerias
com companhias aéreas da Europa e da América do Sul. Antes mesmo da
fundação da Condor Syndikat, a Alemanha já havia iniciado parcerias com
intuito de criar uma rota para a América do Sul.
Em 1919 a fabricante alemã Junkers deu o suporte necessário para a fundação da SCADTA (futuramente Avianca), fundada por empresários alemães e colombianos. Em 1926 a DAL e a Junkers se fundiram, formando a Deutsche Luft Hansa, que passou a controlar a Condor Syndikat. Por meio da SCADTA o governo alemão queria criar uma extensa malha aérea, conectando as Américas do Sul, Central e do Norte e o Caribe. No entanto os EUA viram com preocupação a tentativa de expansão acelerada da SCADTA, temendo a influência alemã na América Latina e em áreas estratégicas como o Canal do Panamá. Para conter o avanço da SCADTA, o governo americano apoiou a criação da Pan Am, que rapidamente passou a dominar os voos internacionais nas Américas. Diante do fracasso de internacionalizar a SCADTA, os alemães (através da Condor Syndikat) decidiram abandonar a Colômbia como base estratégica primária e procurar outros países na região. Com objetivo de obter apoio político local, a Condor Syndikat enviou um Donier Wal, batizado de Atlântico, para voos de demonstração na Argentina. No entanto a Argentina já contava com forte presença francesa na aviação comercial. Nessa época a França havia selecionado a Argentina para receber a principal subsidiária da Compagnie Générale Aéropostale na região, batizada de Aeroposta Argentina.
A Condor Syndikat e o Atlântico então seguiram para o Brasil, chegando em janeiro de 1927. Em território brasileiro o Atlântico realizou diversos voos de demonstração levando a bordo autoridades locais, passando por cidades como Porto Alegre, Florianópolis, Santos e Rio de Janeiro. Inicialmente a Condor Syndikat pediu autorização ao governo brasileiro para operar em caráter experimental e temporário voos na região sul e para o Rio de Janeiro. Nesse mesmo período o expatriado alemão Otto Ernst Meyer estava buscando apoio para a criação da primeira companhia aérea brasileira. A Condor Syndikat viu então na oportunidade de associar-se a um empreendimento brasileiro uma forma de legitimar sua presença, criar aliados locais e conquistar o apoio local e político no Brasil. Em troca de uma participação na empresa, a Condor Syndikat disponibilizou a aeronave (o Atlântico), a tripulação e o conhecimento técnico necessário para implementação da primeira rota aérea comercial e a primeira companhia aérea do Brasil, a Varig.
SUBSIDIÁRIAS NO BRASIL
Em maio de 1927 a Varig começou a
operar oficialmente com o Atlântico, entre
Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. No entanto o objetivo principal da
Condor Syndikat era utilizar o Brasil como base para os voos entre a
Alemanha e a América do Sul. A Varig foi
concebida como uma companhia aérea regional, no estado do Rio Grande do
Sul, e a Condor Syndikat não tinha controle total sobre a empresa. Para
o seu ambicioso projeto de criar uma malha aérea de grande escala na
América do Sul, conectando outros países da região e a Europa, a Condor
precisava de uma subsidiária em que ela tivesse controle total. A
legislação brasileira não permitia que empresas estrangeiras operassem
voos domésticos, o que obrigou a empresa alemã a criar uma subsidiária
local.
No dia 1º de dezembro de 1927 foi fundada a Syndicato Condor Ltda, a
segunda companhia aérea brasileira. Com sede na capital federal naquela
época, Rio de Janeiro, a subsidiária brasileira da Condor Syndikat
iniciou operações em janeiro de 1928 com aeronaves
Donier Wal e Junkers
G-24. A primeira rota foi Rio de Janeiro - Santos - Florianópolis -
Porto Alegre, operada duas vezes por semana.
Em julho de 1928 foi inaugurada a
linha para o nordeste, na rota Rio de Janeiro - Caravelas -
Canavieiras - Ilhéus - Salvador.
Em fevereiro de 1930 a rota foi estendida para Maceió, Recife e Natal.
Em 1930 a Condor Syndikat saiu da sociedade da Varig.
Nessa altura a Condor já tinha atingido o seu objetivo de criar uma
malha considerável na América do Sul e manter participação acionária na Varig
já não fazia mais tanto sentido, uma vez que a Syndicato Condor já era
muito maior do que a Varig e não precisava mais
de uma parceira regional na região sul. A Condor chegou a ventilar uma
potencial fusão da Varig com a Syndicato Condor,
mas Otto Ernst Meyer foi contra, temendo que sua empresa fosse absorvida
e desaparecesse. Com a saída da Condor a Varig
foi obrigada a devolver todas as suas aeronaves, pois elas eram de
propriedade da Condor. Elas foram repassadas para a Syndicato Condor,
incluindo o icônico Atlântico, responsável
pelo primeiro voo comercial do Brasil. Não obstante a Varig
continuou operando e conseguiu novas aeronaves graças a ajuda do governo
estadual do Rio Grande do Sul.
Em 1931 a frota da Syndicato Condor atingiu 18 aeronaves, consolidando-a
como a maior companhia aérea brasileira naquele momento, com voos por
quase todo o litoral do país. As rotas eram concentradas no litoral
porque nessa época os voos no Brasil eram dominados pelos hidroaviões,
que operavam na água. Os hidroaviões eram ideais para operar em regiões
como o Brasil, com vasto litoral e rios navegáveis, grandes cidades
localizadas no litoral e quase nenhuma estrutura para aviação terrestre.
Voar pelo litoral permitia conectar os maiores polos comerciais e
administrativos do país, com paradas estratégicas em portos que já
tinham alguma estrutura de apoio. Além disso a rota pelo litoral
brasileiro era parte do objetivo maior da Condor de conectar a Europa
com a América do Sul. O Brasil serviria como conexão entre os voos
vindos da Europa, que chegariam no litoral da região nordeste, e os voos
vindos de outros países sulamericanos como Argentina, Chile e Urugai,
que chegariam no litoral da região sul.
EXPANSÃO INTERNACIONAL
Em 1930 a Condor Syndikat finalmente atingiu o seu objetivo,
iniciando os primeiros voos entre a Alemanha e a América do Sul. Na
época não havia aviões com autonomia suficiente para cruzar o Atlântico
sem escalas, sendo assim o trajeto era feito em etapas utilizando aviões
e navios. A rota iniciava em Berlim, na Alemanha, e seguia por aviões da
Deutsche Luft Hansa até Las Palmas, nas
Ilhas Canárias (Espanha). De lá a rota continuava por navios até
Fernando de Noronha, onde os aviões da Syndicato Condor assumiam a rota
e seguiam pelo litoral brasileiro até Porto Alegre. No entanto esses
voos não levavam passageiros, eram os chamados voos postais, dedicados a
transportar cargas leves como correspondência e documentos. O transporte
de passageiros era eventual. O primeiro voo de passageiros entre o
Brasil e a Alemanha não foi operado por um avião, mas
sim pelo Graf Zeppelin, numa parceria entre a
Syndicato Condor,
Deutsche Luft Hansa
e Deutsche Zeppelin-Reederei. Os voos entre Frankfurt e Rio de
Janeiro foram operados entre 1933 e 1937, quando um acidente fatal com o
irmão maior do Graf Zeppelin, Hindenburg, em Nova
York, encerrou todas as operações para sempre.
Em 1933 a Syndicato Condor chegou em São Paulo, após a rota de Cuiabá, Corumbá
e Campo Grande ser estendida. Essa rota foi subsidiada pelo governo brasileiro,
que tinha interesse na exploração do interior do país pela aviação
comercial. Por outro lado a
Lufthansa também tinha interesse em expandir
para próximo da fronteira com
a Bolívia, país onde a
Deutsche Luft Hansa tinha outra subsidiária local,
a
LAB. Dessa forma as rotas da Syndicado Condor se
conectavam com as da
LAB em Corumbá, onde era possível seguir viagem
até La Paz e outros destinos na Bolívia. As primeiras rotas com
aeronaves terrestres foram
feitas com os Junkers F-13,
na rota São Paulo - Bauru - Lins - Pennapolis - Araçatuba - Três Lagoas
- Campo Grande. Em dezembro de 1933 a Syndicato Condor começou a receber
os Junkers Ju-52,
que se tornaram a principal aeronave da empresa. Os Ju-52
eram capazes de transportar mais passageiros, voar mais longe e podiam
ser adaptados para pousar na água ou na terra.
Em 1934
a Syndicato Condor iniciou voos para Uruguai e Argentina, na rota
Rio de Janeiro - Porto Alegre - Montevidéu - Buenos Aires. Além disso os
passageiros podiam seguir viagem para o Chile, Peru e Equador, através
de voos em parcerias com outras companhias aéreas.
Em setembro de 1935 foi inaugurada a rota para Santiago do Chile, como
um extensão da rota para Buenos Aires. Poucos anos depois Mendoza também
foi incluída como uma escala entre Buenos Aires e Santiago.
Em novembro de 1938 a companhia chegou em Porto Velho e Rio Branco, como
uma extensão da
linha de São Paulo para a região Centro-Oeste. O próximo passou foi a
expansão da malha desde Natal para São Luis, Teresina e Belém.
Em 1939 a empresa chegou em Curitiba e, em parceria com a
LAB, também expandiu sua malha na
América do Sul para Arequipa e Lima. Nesse ano a Syndicato Condor
incorporou as suas maiores aeronaves até então, os quadrimotores Focke-Wulf
Fw200, capaz de transportar 28 passageiros.
Em 1940 a empresa expandiu sua malha para cidades no interior das regiões
centro-oeste, nordeste e norte do país, se tornando a companhia aérea
com maior número de cidades atendidas no Brasil.
CONDOR VIRA CRUZEIRO
Em 1940 a Syndicato Condor atingiu o seu auge, com uma frota
de 23 aeronaves, cobrindo vários destinos no Brasil e na América do Sul.
A companhia disputava a liderança do setor no Brasil com a
Panair do Brasil, na época controlada pela
Pan Am. No entanto o inicio da Segunda Guerra
Mundial, em 1939, começou a mudar a dinâmica do setor.
Em 1941 a Syndicato Condor transferiu parte do controle dos alemães para
brasileiros, num esforço para reduzir a influência alemã na companhia. O
Brasil estava prestes a entrar na Segunda Guerra Mundial, o que de fato
aconteceu em agosto de 1942. O Brasil se tornou aliado dos Estados
Unidos e declarou guerra contra a Alemanha. Três dias depois a Syndicato
Condor foi nacionalizada e todos os alemães foram afastados. Mesmo
assim a companhia não conseguiu seguir imune. No dia 15 de
dezembro de 1941 a maior companhia aérea do Brasil parou de voar depois
que a Standard Oil Company se recusou a fornecer combustível. A empresa
de petróleo fez isso depois que os EUA colocaram a Syndicato Condor na
lista negra devido aos seus laços com a Alemanha. Os planos dos EUA previam que a
Panair iria assumir todas as rotas da Condor e
as aeronaves de origem alemã deveriam ser destruídas. Porém o governo
brasileiro ficou preocupado com um possível monopólio do setor aéreo
brasileiro nas mãos dos americanos, uma vez que a
Panair se tornaria de longe a maior companhia
aérea no Brasil e era uma subsidiária da Pan Am.
O Brasil então executou um plano diferente que envolveu a transferência
de parte do combustível da Força Aérea Brasileira para que a Syndicato
Condor conseguisse retomar as operações em abril de 1942. A primeira rota retomada foi no dia 2 de abril:
Rio de Janeiro - São Paulo - Araçatuba - Três Lagoas - Campo Grande -
Corumbá - Cuiabá. No dia 8 foram retomadas as rotas para o sul, do Rio
até Porto Alegre, e para o nordeste e norte, do Rio até Belém. Em
setembro foram retomados os voos para Buenos Aires.
No dia 16 de janeiro de 1943 a companhia passou oficialmente a se chamar Serviços
Aéreos Cruzeiro do Sul, apagando todos os traços alemães. As aeronaves
alemãs Junkers
e Focke-Wulf começaram a ser
substituídas por aeronaves americanas, DC-3.
O primeiro chegou no Brasil em setembro de 1943 e iniciou os serviços
operando no
Aeroporto Santos Dumont. Finalmente
o nome da empresa foi retirado da lista negra, com os EUA reconhecendo
que agora a Cruzeiro era uma empresa brasileira.
Em 1944 a companhia voltou a crescer, chegando nesse ano no Amapá e em 1945 inaugurou a linha Rio de Janeiro - Caracas, em
parceira com a Linea Aeropostal Venezolana. Também em 1945 a Cruzeiro
chegou em Georgetown e adquiriu as companhias
SAVAG
e TAC, reforçando sua presença no sul do
Brasil.
No dia 29 de outubro de 1951 a Cruzeiro voltou a voar para a Bolívia, dessa vez em parceria
com a Panagra, na rota Rio de Janeiro - São Paulo - Araçatuba - Campo
Grande - Corumbá - Roboré - San José - Santa Cruz de La Sierra -
Cochabamba. Os voos para Montevidéu também foram retomados,
inicialmente em parceria com a Varig e pouco
anos depois em parceria com a Pluna.
No dia 2 de outubro de 1947 a Cruzeiro recebeu autorização para voar para os EUA.
Para operar a rota a companhia havia recebido, em 1946, três
DC-4. Porém a companhia nunca chegou a operar
regularmente para os EUA, uma vez que a Cruzeiro pedia subsídios para
operar a rota - o que não agradou o governo. Então a Cruzeiro desistiu da rota e trocou os
DC-4 por quatro Convair 340. A rota para
os EUA foi passada para a Varig em 1952,
enquanto a Cruzeiro passou a focar nas rotas domésticas e para a América
do Sul. A companhia adquiriu mais aeronaves da Convair nos anos
seguintes, atingindo uma frota de 64 aeronaves em 1960. A malha
internacional foi expandida para Caiena.
Em janeiro de 1963 a companhia recebeu o primeiro jato,
Caravelle VI-R. Com o fim da
Panair do Brasil, em 1965, a Cruzeiro recebeu
aeronaves
Catalina, mais Caravelles e
assumiu as rotas domésticas da Panair.
Em 1967 a Cruzeiro começou a receber os turboélices japoneses, YS-11,
que substituíram os últimos DC-3 remanescentes.
Em janeiro de 1970 recebeu os primeiros
Boeing 727-100, que iniciaram voos nas rotas
Rio de Janeiro - Brasília e Rio de Janeiro - Buenos Aires. O
Boeing 727 também inaugurou a nova
identidade visual da empresa. Em 1971 o
B727 inaugurou a rota sem escalas entre o
Rio de Janeiro e Montevidéu. Os próximos destinos internacionais foram
Lima, Bogotá, Iquitos, Paramaribo e Port of Spain. A chegada dos jatos
teve um efeito de redução na quantidade de aeronaves operadas. Como os
jatos levavam mais passageiros e eram capazes de realizar mais voos por
dia, a Cruzeiro precisava de menos aeronaves para operar a sua malha.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
Em 1973 a Crise do Petróleo acendeu o alerta na empresa, que já vinha
num processo de deterioração da situação financeira e sofrendo forte
concorrência da
Varig e Vasp. Enquanto a
Varig deixou de ser uma pequena regional para se
tornar uma potência e líder do setor, a Vasp era
uma estatal, com respaldo do estado de São Paulo. As duas foram capazes
de modernizar a frota com aeronaves mais eficientes, enquanto a
Cruzeiro, em uma situação financeira mais frágil, ficou sem condições de
renovar a frota, que já estava velha e menos eficiente do que as
concorrentes. A Crise do Petróleo elevou bruscamente os custos de
combustível, afetando especialmente a Cruzeiro, com uma frota que
consumia mais combustível. Com um quadro cada vez mais crítico, a
Cruzeiro começou a sondar o governo para uma potencial ajuda financeira.
No entanto o governo sinalizou que só estaria disposto a ajudar após um
movimento de consolidação do setor. Começaram então discussões sobre uma potencial fusão no setor,
onde a imprensa circulava notícias sobre a compra da Cruzeiro pela
Transbrasil ou Vasp.
A Vasp foi a que chegou mais perto de
fechar um acordo, chegando a enviar uma oferta formal. Porém no dia 22
de maio de 1975 o Grupo Varig anunciou a compra da Cruzeiro do Sul.
Apesar da aquisição, a Cruzeiro foi mantida formalmente como uma empresa
separada, mantendo a frota e marca. Na época foi lançada uma campanha de
marketing para reforçar a união e o fato de que agora a Cruzeiro fazia
parte do Grupo Varig, com o slogan "Varig e
Cruzeiro voando juntas". Ainda em 1975 a Cruzeiro começou a receber os
Boeing 737-200. No meses seguintes a
frota foi padronizada apenas com jatos
Boeing 727 e
Boeing 737 e a malha foi integrada ao
Grupo Varig.
GRUPO VARIG
Em junho de 1980 a Cruzeiro recebeu dois Airbus
A300B4, os seus primeiros wide-bodies e as maiores aeronaves operadas
pela empresa. Os A300 iniciaram na rota
entre São Paulo e Buenos Aires, se tornando um sucesso entre os
passageiros. A experiência positiva com a Cruzeiro levou a Varig
a
também operar dois A300 com as suas
cores no ano seguinte.
Em dezembro de 1982 a Cruzeiro começou a operar, em caráter experimental, um
MD-80 nas suas rotas
domésticas. Apesar de apresentar um bom desempenho, a
Varig preferiu não
fazer encomendas e padronizar a frota com aeronaves da Boeing,
devolvendo o MD-80 em março de 1983. A partir de
1983 a Cruzeiro não recebeu mais nenhuma aeronave nova, a frota
permaneceu com dois A300, seis
Boeing 727 e seis
Boeing 737 até 1989, quando os
A300 foram devolvidos. Esse período também foi marcado pelo
"abandono" da Cruzeiro, que foi sendo esvaziada como empresa
independente ao longo da década.
Em 1990 o setor aéreo brasileiro passou por uma grande transformação,
após a abertura do mercado. Antes o setor era altamente regulado, com
tarifas e rotas controladas pelo governo. A abertura econômica promovida
pelo governo Collor, marcou o fim do tabelamento de tarifas e maior
liberdade para as empresas definirem rotas e preços. Como consequência a Varig
começou a enfrentar maior concorrência e problemas financeiros
crescentes. Manter a Cruzeiro como uma empresa separada gerava custos
adicionais e a unificação das operações poderia ser uma forma de cortar
despesas e ganhar competitividade num momento que o
Grupo Varig precisava se adaptar a um cenário de maior competição e
preços mais baixos. A Guerra do Golfo (1990-1991) foi outro fator que
colaborou para a deterioração financeira do Grupo Varig
e uma crise na aviação comercial, com aumento do preço do combustível e
redução na demanda de passageiros, especialmente no mercado
internacional.
Em 1991 os
Boeing 727 foram retirados de operação,
restando na frota da Cruzeiro apenas os seis
Boeing 737.
Em 1992 a Fundação Rubem Berta (dona da Varig)
comprou as ações restantes da Cruzeiro e a empresa foi definitivamente
incorporada pela Varig.
No dia 1º de janeiro de 1993 a Cruzeiro deixou de existir oficialmente, mas
suas aeronaves puderam ser vistas até 1997, quando os últimos
Boeing 737-200 foram pintados nas cores
da Varig.
Evolução da empresa:
Logos: 1927-1942
1943-1970
1970-1992
Outros logos |
Fundação: 1º de dezembro de
1927
Adquirida pelo Grupo Varig: 22 de maio de 1975
Encerrou Atividades: 1º de janeiro de 1993
Principais Aeroportos:
Santos Dumont
Sede:
Rio de Janeiro
Códigos:
CRZ / SC
Aeronaves já operadas:
Airbus A300B4,
Beechcraft AT-11,
Boeing 727-100,
Boeing 737-200,
Caravelle VI, Consolidated
Catalina,
Convair 240,
Convair 340,
Convair 440,
Dornier
Do J Wal, Dornier Merkur,
Douglas DC-3/C-47/C-39,
Douglas DC-4/C-54,
Fairchild C-82A, Focke-Wulf Fw58c,
Focke-Wulf Fw200, Junkers F-13, Junkers
G-24, Junkers Ju-46/Ju-52,
Junkers W-33/W-34, Lockheed
L12, YS-11,
MD-82
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Atualizado em maio de 2025
criado em agosto de 2009