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Os Emirados Árabes Unidos são uma federação, criada em 1971, formada por 7 emirados, entre eles Abu Dhabi e Dubai. Cada emirado tem seu próprio governante, orçamento, leis, políticas locais e autonomia para gerir sua região. Ao mesmo tempo possuem um governo federal com sede em Abu Dhabi. A cidade descobriu grandes volumes de petróleo na década de 1960 e desde então a indústria do petróleo teve papel fundamental no desenvolvimento e no enriquecimento da região. Desde 1950 os Emirados Árabes Unidos eram servidos principalmente pela companhia aérea Gulf Aviation, foi fundada no Bahrein e controlada pela BOAC a partir de 1951. Em 1974 os governos do Bahrein, Catar, Omã e Emirados Árabes Unidos concordaram em comprar a participação da BOAC para criar uma companhia aérea comum para todos esses países e o nome da companhia foi alterado para Gulf Air. Em 1985 Dubai decidiu criar a sua própria companhia aérea, Emirates, pois estava insatisfeita com a redução do número de voos da Gulf Air em Dubai. O principal hub da Gulf Air nos Emirados Árabes Unidos era Abu Dhabi, que continuou a receber grande volume de voos. No entanto o crescimento acelerado e o sucesso da Emirates começou a gerar um incômodo em Abu Dhabi. Com o tempo ficou claro que Dubai, com a Emirates, estava atraindo mais turismo, comércio e tráfego aéreo, enquanto Abu Dhabi, mesmo mais rica, estava ficando para trás em conectividade e protagonismo.
Em 2003 os Emirados Árabes Unidos decidiram se retirar do controle compartilhado da Gulf Air e criar a sua própria companhia aérea com sede em Abu Dhabi, batizada de Etihad Airways. A empresa foi criada por decreto real em julho de 2003 e nasceu com inspiração direta no modelo da Emirates, com plano de tornar Abu Dhabi em um hub global com um frota de wide-bodies e serviços de alta qualidade. Para a frota da empresa foi selecionado o Airbus A330-200, aeronave relativamente nova na época e com capacidade de passageiros intermediária em relação aos modelos disponíveis no mercado na época. Dessa forma o A330 oferecia maior flexibilidade para operar rotas com menor demanda e a Ethiad também poderia aproveitar o seu maior alcance para lançar mais rotas mais longas sem escalas. As duas primeiras aeronaves recebidas pela companhia foram alugadas da Tam, em outubro de 2003. Nessa época a companhia brasileira estava passando por dificuldades financeiras após os atentados nos EUA em setembro de 2001. Com queda na demanda de passageiros, especialmente no mercado internacional, a Tam utilizou a estratégia de sub-arrendar alguns dos seus A330 para outras companhias aéreas. As operações comerciais foram inauguradas em 12 de novembro de 2003, com voos entre Abu Dhabi e Beirute. As próximas rotas inauguradas foram para Damascus e Cairo.
Em 2004 a companhia ampliou a frota com o recebimento de mais A330 e iniciou voos para Colombo, Bangkok, Amã, Genebra, Munique, Bahrein, Mumbai, Karachi, Nova Déli, Riad e Dammam. No dia 28 de março de 2004 a companhia lançou voos para Londres, o seu primeiro destino europeu. Inicialmente eram cinco voos por semana e, em junho, a frequência dobrou para 10 voos por semana. A Etihad iniciou suas operações oferecendo três níveis de serviço: Diamond, Pearl e Coral, correspondente a Primeira Classe, Classe Executiva e Classe Econômica, respectivamente, embora a empresa afirmasse que não se tratava exatamente de um equivalente para as classes tradicionais. Na época a Etihad defendia que o serviço oferecido em todas as categorias era superior ao encontrado nas classes equivalentes em outras companhias aéreas, com serviço premium e atendimento personalizado. Alguns diferenciais oferecidos pela Etihad incluíam serviço de limusine (para Diamond e Pearl) e ônibus de luxo (Coral) gratuito para qualquer destino nos Emirados Árabes Unidos, atendente pessoal durante o check-in e embarque (Diamond e Pearl) e refeições servidas individualmente sem carrinhos a bordo (Diamond e Pearl). Para ampliar a frota, ainda em 2004, a empresa anunciou a uma encomenda com valor superior a US$ 7 bilhões para aeronaves Boeing 777, A330, A340 e A380. Esse ano também foi marcado pelo lançamento da subsidiária cargueira Etihad Crystal Cargo, numa tentativa de replicar o sucesso e competir com a Emirates SkyCargo. O primeiro voo cargueiro decolou em fevereiro de 2005, na rota Abu Dhabi - Frankfurt, operado pelo A300-600F. Posteriormente a Etihad Crystal Cargo ampliou a frota alugando aeronaves Boeing 747 cargueiras para complementar o transporte de carga na frota de passageiros da Etihad. Mais tarde a frota foi renovada com aeronaves Airbus A330-200F e Boeing 777-200F, visando a padronização da frota. Em 2012 o nome foi alterado para apenas Etihad Cargo.
Em 2005 a malha foi expandida
para Frankfurt, Joanesburgo, Bruxelas e Toronto. Além de
receber mais A330, a Etihad também
alugou um
A340-300 para aumentar a oferta de assentos enquanto
aguardava o recebimento de mais aeronaves. No ano seguinte a
Etihad recebeu o seu primeiro
Boeing 777 e
Airbus A340-500 e foram inaugurados voos para
Manchester, Paris, Casablanca, Jacarta, Muscat, Jeddah e
Riyadh.
No dia 26 de outubro de 2006 foram lançados os voos para
Nova York, operado pelo
A340-500, diariamente. A aeronave trazia um novo
assento na classe Pearl, capaz de girar e permitir que dois
passageiros fizessem as refeições juntos. O programa de
fidelidade, Etihad Guest, foi lançado em agosto do mesmo
ano.
Em março de 2007 a Etihad iniciou voos para Austália, na
rota Abu Dhabi - Sydney. Outros destinos inaugurados nesse
ano foram Kuala Lumpur, Dublin, Cingapura e Brisbane. O ano
de 2007 também foi marca pela chegada do primeiro
A340-600.
Em 2008 a empresa fez novas encomendas para Airbus e Boeing
e expandiu a malha para destinos como Pequim, Melbourne e
Moscou. No ano seguinte foi iniciados voos para Atenas,
Chicago e Istambul.
Em fevereiro de 2009 foi inaugurado o Terminal 3 no
Aeroporto Internacional de Abu Dhabi, construído
exclusivamente para a Etihad Airways.
Em 2010 a companhia chegou no Japão, com o inicio dos voos
entre Abu Dhabi e Nagoya.
Em 2012 a Etihad ultrapassou a marca de 10 milhões de
passageiros transportados por ano, com uma frota de 70
aeronaves. Apesar do rápido crescimento e de ter atingido
uma marca impressionante em poucos anos de existência, a
Etihad ainda era consideravelmente menor do que sua rival
Emirates, que estava
prestes a atingir a marca de 40 milhões de passageiros, com
uma frota de 170 wide-bodies.
De maneira semelhante a Emirates,
a Ethiad optou por não entrar em nenhuma aliança global e
formar parcerias individuais através de code-share. Mesmo
com o rápido crescimento da malha, a Etihad ainda atendia
consideravelmente menos destinos do que a
Emirates, o que contribuía para
que o hub em Abu Dhabi fosse
menos atraente do que Dubai. Como forma de acelerar o seu
crescimento a Etihad começou a apostar numa estratégia
agressiva de crescimento inorgânico, ou seja, começou a
adquirir outras companhias aéreas ao redor do mundo.
Em dezembro de 2011 a Etihad adquiriu participação acionária
na Airberlin, a segunda maior
companhia aérea da Alemanha na época. Em 2012 comprou 40% da
Air Seychelles e fez investimentos estratégicos na
Virgin Australia e
Aer Lingus. Em 2013 adquiriu
participação na Jet
Airways (Índia), na Air Serbia, e na Darwin Airline
(Suíça), depois renomeada para Etihad Regional. Em 2014
concluiu sua aquisição mais emblemática quando adquiriu
participação acionária na Alitalia,
com a promessa de finalmente tirar a companhia aérea
italiana do prejuízo após vários anos de crise financeira.
Em 2014, após várias aquisições e investimentos em outras
companhias aéreas, a Etihad lançou a sua própria "aliança
global", com o nome "Etihad Airways Partners". A aliança
integrou os programas de fidelidade, aprofundou o
compartilhamento de rotas e oferecia serviços padronizados,
gerando maiores sinergias. Juntas, a Etihad e as outras
companhias aéreas, passaram a oferecer mais de 250 destinos
em todo o mundo.
Em junho de 2013 a Etihad iniciou voos para o Brasil, na
rota Abu Dhabi - São Paulo, operada pelo
Airbus A340-500, inicialmente
três vezes por semana. A partir de outubro o voo passou a
ser diário e, em 2014, o voo passou a ser feito por uma
combinação de
A340-600 e
Boeing 777-200LR.
Em maio de 2014 a Etihad revolucionou o mercado de luxo com
o lançamento de três níveis de Primeira Classe:
The Residence (no A380), First
Apartment (no A380) e First Suite (no
B787). O The Residence by Etihad oferecia um mini
apartamento de 125 metros quadrados, com três cômodos: sala
de estar, banheiro e quarto. Já o First Apartment era como
se fosse uma suíte de hotel de 39 metros quadrados, com
quarto e banheiro. Já o First Suite era uma versão mais
"modesta" com uma poltrona de 66 cm de largura, que se
transformava numa cama de pouco mais de 2 metros de
comprimento, e portas de correr para total privacidade. Os
novos assentos levaram a Etihad a ganhar o prêmio de melhor
Primeira Classe do mundo pela Skytrax. Ainda em 2014 a
companhia recebeu o seu primeiro A380
e B787 e inaugurou uma nova
pintura nas aeronaves.
Em 2015 a Etihad atingiu o seu auge até então, com uma frota
superior a 120 aeronaves e cerca de 17 milhões de
passageiros transportados por ano. Porém a sorte da empresa
começou a mudar.
A Etihad escolheu investir em
empresas altamente problemáticas e subestimou os desafios
que enfrentaria para reverter o desempenho ruim delas. A
Etihad injetou bilhões de dólares nas empresas que havia
adquirido participação, mas não obteve retornos positivos.
Pelo contrário essas empresas trouxeram enormes prejuízos
para a Etihad, que passou a operar no vermelho a partir de
2016. A estratégia de investir em outras empresas também
contribuiu para dispersar o foco da Etihad, que era
construir um hub forte em Abu Dhabi e focar em serviços
premium. A Airberlin foi à
falência e deixou de operar em 2017, a participação na Air
Seychelles foi vendida de volta para o governo local, a
Jet Airways foi à
falência e deixou de operar em 2019, a participação na Air
Serbia foi vendida de volta para o governo local, a
participação na Darwin Airline foi vendida para a Adria
Airways e a Alitalia foi à
falência e deixou de operar em 2021.
Com prejuízos constantes, a Etihad iniciou um plano de
recuperação, incluindo o cancelamento de encomendas de
aeronaves, redução da frota e da malha. No dia 25 de março
de 2017 a companhia operou o último voo para o Brasil,
encerrando a sua única rota para a América do Sul devido a
baixa demanda de passageiros. A pandemia do Covid-19, em
2020, piorou ainda mais a situação da empresa, que registrou
prejuízos de US$ 1,7 bilhão. A frota foi reduzida para menos
de 60 aeronaves.
Finalmente, em 2022, a Etihad voltou a ser lucrativa e
retomou os planos de crescimento. Ainda em 2022 anunciou o
brasileiro Antonoaldo Neves como CEO, que anteriormente
havia trabalhado na
Azul. A empresa adotou uma estratégia
de crescimento mais modesta, focada em operações eficientes
e sustentáveis. Inicialmente foi anunciada a padronização da
frota com aeronaves Airbus A321neoLR,
A350 e
Boeing 787, embora a Etihad tenha decidido mais tarde
reativar os A380. Apesar de ter
recebido o primeiro A350-1000 em
2019, o primeiro voo comercial com a aeronave só foi
realizado em abril de 2022.
Fundação: 11 de julho de 2003
País: Emirados Árabes Unidos
Sede:
Abu Dhabi
Principais Aeroportos: Aeroporto Internacional
Abu Dhabi
Códigos:
ETD / EY
Destinos já operados no Brasil:
São Paulo
Destinos:
86
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